Fidelidade e contemplação

Deus abençoou o Carmelo com um carisma original para enriquecer a Igreja e para comunicar ao mundo a alegria do Evangelho, partilhando o que recebestes com entusiasmo e generosidade: “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10, 8). Gostaria de vos encorajar acerca disto indicando-vos três linhas orientativas para o caminho.

A primeira linha é fidelidade e contemplação. A Igreja aprecia-vos e, quando pensa no Carmelo, pensa numa escola de contemplação. Como atesta uma rica tradição espiritual, a vossa missão é fecunda, na medida em que está enraizada na relação pessoal com Deus. O Beato Tito Brandsma, mártir e místico, afirmou: “É próprio da Ordem do Carmelo, embora seja uma Ordem mendicante de vida activa e que vive no meio das pessoas, conservar uma grande estima pela solidão e desapego do mundo, considerando a solidão e a contemplação como a melhor parte da sua vida espiritual”. As Constituições de 1995, que por estes dias estais a rever, sublinham-no: “A esta vocação contemplativa referem-se sempre os grandes mestres espirituais da família carmelita” (nº 17). O modo carmelita de viver a contemplação prepara-vos para servir o povo de Deus através de qualquer ministério e apostolado. O certo é que, qualquer que seja o que façais, sereis fiéis ao vosso passado e abertos ao futuro com esperança se, “vivendo em obséquio de Jesus Cristo” (Regra, nº 2), tiverdes especialmente no coração o caminho espiritual das pessoas.

Papa Francisco aos participantes no Capítulo Geral da Ordem Carmelita