Tríduo preparatório da Solenidade de Nossa Senhora do Carmo – 2º dia

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Jesus Cristo, a fonte da misericórdia (14 de Julho)

Depois de ter mostrado que a misericórdia do Pai, por Ele manifestada, só é revelada aos pequenos, Jesus chama-nos hoje a vir ter com Ele. “Vinde a Mim”, é o convite que Jesus dirige a todos os que andam cansados, em busca de apreço, afeto e reconhecimento; agitados, por causa do seu apego às coisas terrenas; oprimidos pelo medo e a falta de esperança; vazios pelo pecado e afastamento de Deus; sofridos por causa da doença, do abandono ou da solidão. É a eles e a cada um de nós que Jesus dirige o seu convite.

E a si que Ele nos incita a vir com toda a confiança, prometendo: “E eu vos aliviarei”. Convida-nos a entrar em nós e a aí nos encontrarmos com Ele, entregando-lhe toda a nossa vida e preocupações, aceitando-o como único Senhor e Pastor da nossa vida. Não foi este mesmo apelo que os primeiros carmelitas, desejosos de viver em obséquio de Jesus Cristo, escutaram? De facto, é só n’Ele que se encontra a vida e a paz: “Vós nos dareis a paz, Senhor, porque sois Vós que realizais tudo o que fazemos” (Is 26,12). Esta paz, porém, só a experimenta quem, escutando a sua voz, vem a Jesus e toma sobre si o seu jugo, obedecendo-lhe e seguindo com Ele o seu caminho, deixando-se guiar por Ele e imitando-o, imbuído do seu Espírito. Por isso Jesus dirige um segundo convite: “aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração”. É o convite a entrar na escola e moradia do Seu Coração, como diz Maria Madalena de Pazzi (III,149s; VI,210), para nele, saboreando e vendo como o Senhor é bom, beber, como crianças recém-nascidas (v. 25), o leite não adulterado da sua Palavra (1 Pd 2,3), de modo a aprender as coisas do Reino, conhecendo o verdadeiro rosto de Deus, Pai de misericórdia, para ser renovados pelos tesouros inesgotáveis da Sua graça, que Ele nos concedeu em seu Filho, Jesus Cristo.

É aí que, como numa escola, 1) aprendemos a ler os desígnios do Seu Coração nos caminhos da nossa vida; 2) procurando encarná-los na própria existência, repetindo os seus mesmos gestos e palavras, iniciativas e atitudes, com a sua mesma disposição e sentimentos: a mansidão e a humildade, próprias dos pobres em espírito, de quem é o Reino de Deus. De facto, como nota Madalena de Pazzi, é só avançando pelo vale da humildade e perdendo-nos no oceano da mansidão que podemos encontrar este repouso que Jesus nos promete, porque é só então que Jesus repousa em nós (IV,112). Mansidão, nas relações com o próximo, pela qual, rejeitando toda a soberba e altivez, acolhemos os outros, os escutamos e aceitamos, com compreensão e apreço, doçura e serenidade, pondo de lado toda a guerras e conflito, inveja e ódio, ressentimento e falta de perdão. Humildade, nas relações com Deus, não aspirando a coisas altas, mas esforçando-se por traduzir a Sua vontade na terra da própria vida, com a ajuda da Sua graça. Quem o faz, encontrará descanso, como promete Jesus.

Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve”. É suave, porque quem o aceita, libertado da morte do pecado, reconcilia-se com Deus, consigo mesmo e com os outros, passando a viver repleto de alegria e esperança, de amor e confiança (cf. Is 9,5). É leve, porque, como S. Teresinha diz, avança pelas vias da confiança e do amor, sabendo que “o que mais ofende a Jesus e O fere no coração, é a falta de confiança” (Ct 92,2r; cf. MA 80v).

Iluminada e transformada por Deus, essa pessoa torna-se um sábado, dia de repouso e de santidade para Deus, sendo chamada, com razão, Jerusalém, quer dizer visão de paz (II,71), pois Jesus e o Pai a ela vêm, nela estabelecem a sua morada e encontram o seu repouso, manifestando-lhe o seu amor e difundido a sua paz, fruto da Sua inabitação nela (I,105; Jo 14,23).

Longe, porém, de ser uma paz morta, este repouso, que brota do Coração de Jesus, só é saboreado por aqueles que não descansam (V,106): é descanso obtido com tanta fadiga; paz alcançada com uma contínua guerra contra o próprio eu; contentamento, gozo e alegria, fruto de tanto esforço, dor e aflições; luz, a que chegamos depois de passarmos por tantas trevas e tentações, confusão e aflições, interiores e exteriores” (III,67). Não é, também, um descanso individualista. O mesmo Jesus que diz: “Vinde a Mim”, é o que exclama na cruz “Tenho sede” (Jo 19,28) e por duas vezes pede à samaritana: “Dá-me de beber” (Jo 4,7.10). Se o repouso que jorra do Coração de Jesus, vem do Sua presença em nós, é porque o lugar do repouso de Jesus é o nosso coração. Por isso, quem achou Jesus, não descansa, procurando, pela palavra, o exemplo e a oração, atrair muitos corações a Ele, para que O encontrem e nele repousem, deixando-O repousar no seu. Isto estende-se também à prática das obras de misericórdia, pois, ao ver os outros a sofrer, perturbados, inquietos ou aflitos, vai ao seu encontro, tudo fazendo e estando disposto a tudo suportar para os aliviar, consolar e restabelecer, “porque este coração assim inquieto sabe que não dá repouso a Deus, enquanto não lhe der as suas criaturas” (VII,249s), redimidas com tanto amor e misericórdia por Cristo na cruz. Que Maria, doce Mãe, mansa (Mater mitis) e repleta de misericórdia, pela qual nos veio a salvação e a paz, faça de nós obreiros desta paz no mundo. Ámen.

Oração a Nossa Senhora do Carmo

Ó Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, tu estiveste unida de modo admirável ao mistério da Redenção; tu acolheste e conservaste no coração a Palavra de Deus e perseveraste com os Apóstolos em oração esperando o Espírito Santo. Em ti, como numa imagem perfeita, vemos realizado o que desejamos e esperamos ser na Igreja. Ó Virgem Maria, Estrela mística do Monte Carmelo, ilumina-nos e guia-nos no caminho da perfeita caridade e atrai-nos para a contemplação do rosto do Senhor. Cuida de nós com amor, e reveste os teus filhos com o teu santo Escapulário, sinal da tua protecção, e que a tua presença ilumine os nossos caminhos e nos faça chegar ao monte da salvação, que é Cristo Jesus, teu Filho e Senhor nosso. Amen.

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Tríduo preparatório da Solenidade de Nossa Senhora do Carmo – 1º Dia

NOSSA SENHORA DO CARMO (2) (1)

A misericórdia é revelada aos humildes (13 de Julho)

Depois de termos sido chamados à conversão e a contemplarmos a misericórdia de Deus, Jesus convida-nos hoje a entrar no seu âmago, dizendo: “Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos”. Esta passagem evidencia que tudo o que Deus faz e diz, é para se revelar a si mesmo, é para se dar a si mesmo a nós, para que O possamos conhecer e amar. Esta revelação e este dom são sempre pessoais: de Deus que se dá a si mesmo, como Pai, Filho e Espírito Santo, um só Deus em três pessoas divinas, para que possamos ser introduzidos na sua comunhão, admitidos à sua vida íntima e participar da sua natureza divina, isto é, o seu amor. Apesar da nossa fraqueza, da nossa pequenez, da nossa miséria, do nosso pecado. Não apenas uma vez, no passado, mas cada dia de novo, a cada hora, em cada circunstância, acontecimento e pessoa, como se fosse a primeira vez, pois “o Senhor não abandona o seu povo” (Sl 94,14).

Foi disto que a Assíria se esqueceu. Pensou que tinha recebido o impulso inicial, apenas uma vez no passado, e que tudo o resto era ela que o devia fazer. Parecia humildade, mas de facto era soberba desmesurada, arrogância e orgulho. Porque se tudo o resto era ela que devia fazer, então tudo o resto era a ela que se devia, dizendo: ‘Eu agi pela força do meu braço, atuei com a minha sabedoria, porque sou inteligente’. E isso fê-la desprezar os outros, oprimi-los e violentá-los. “Gloria-se, porém, o machado contra quem o empunha? Maneja o bastão quem o levanta?”

Os caminhos de Deus são bem diversos: “os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos são os meus caminhos, diz o Senhor” (Is 55,8). Foi do agrado do Pai seguir na direção oposta, revelando o seu amor e a sua misericórdia aos pequeninos, às criancinhas, aos humildes, aos fracos e pecadores. Àqueles que reconhecem que nada são, nada podem e nada sabem por si mesmos, sem o Pai. E que, por isso, se entregam gozosamente nas suas mãos, deixando-o fazer neles a sua obra. “O que é fraco para este mundo, Deus escolheu-o para confundir o que é forte. Deus escolheu o que no mundo é vil, aquilo que é nada, para assim mostrar a nulidade dos que pensam ser alguma coisa. Para que ninguém se possa gloriar diante de Deus” (1 Cor 1,27ss). Por isso Jesus diz: “Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do Teu agrado”. E Paulo acrescenta: “É graças a Ele (o Pai) que vós estais em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós sabedoria de Deus, justiça, santificação e redenção” (1 Cor 1,30s).

Para que Deus realize em nós a sua obra, de modo que Cristo Jesus (Cristo, Cabeça, na Igreja, seu Corpo), seja a nossa sabedoria, nos justifique e faça progredir na santidade, libertando-nos de nós mesmos e de tudo o há de terreno, há que abandonar-nos à sua misericórdia, confiar n’Ele, entregar-nos nas suas mãos, aceitar o seu plano, abraçar concretamente a sua vontade expressa na nossa história pessoal, conscientes da nossa cegueira e ignorância, do nosso nada e pequenez. Por isso nos entregamos nas suas mãos e lhe damos graças em todas as situações, fáceis ou difíceis, alegres ou tristes, confortantes ou dolorosas, sabendo que tudo lhe foi dado pelo seu Pai e que, por isso, Ele tudo tem e tudo dirige, de modo que, pondo-nos nas suas mãos, sabemos que estamos nas mãos do Pai: “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11,27). S. Maria Maddalena de’ Pazzi chama a este abandono total, amoroso e confiante de si mesmo ao Pai pela fé “relaxar-se”, isto é, deixar-se inteiramente, render-se completamente ao Pai, tudo depondo nas suas mãos: “Quem alguma vez poderá narrar a tua grandeza e a tua bondade em no-la comunicar? A maior narrativa que de Ti se pode fazer é relaxar-se totalmente em Ti, em tudo e por tudo, e aniquilar-se sob Ti” (III,283), “abandonando-se, completamente morta, em Deus, de modo que seja Deus a agir nela e ela em Deus, de tal modo que ela, ao agir não repare que o está a fazer” (IV,185). S. Teresinha chamar a este abandono incondicional nas mãos do Pai, caminho da infância espiritual e exclama: “o Todo-poderoso fez maravilhas na alma da pequenina filha da sua Divina Mãe e a maior foi ter-lhe mostrado a sua pequenez e impotência”. (MC, 4r). São estes pequeninos, os que mais agradam a Deus, porque, sem o saber, por puro amor, fazem o bem aos mais pequeninos dos homens, usando de misericórdia para com eles, sem nada pretender em troca, como mostra a sua pergunta no juízo final: “Senhor, quando é que te vimos com fome e te demos de comer, a sofrer e te socorremos e consolamos?” (Mt 25). Maria, porém, confiou, aceitando fazer-se pequenina. E assim conheceu o Pai, proclamando a sua obra e dando a conhecer a sua misericórdia, reconhecendo o seu Filho nos mais pequeninos que encontrava e deles aprendendo o Evangelho, tornando-se, pela sua obediência, através do que sofreu, Mãe de misericórdia, capaz de se compadecer e de compreender as nossas dificuldades, porque também por elas passou, grata por assim melhor poder conhecer o amor misericordioso de Deus e o seu Filho.

Oração a Nossa Senhora do Carmo

Ó Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, tu estiveste unida de modo admirável ao mistério da Redenção; tu acolheste e conservaste no coração a Palavra de Deus e perseveraste com os Apóstolos em oração esperando o Espírito Santo. Em ti, como numa imagem perfeita, vemos realizado o que desejamos e esperamos ser na Igreja. Ó Virgem Maria, Estrela mística do Monte Carmelo, ilumina-nos e guia-nos no caminho da perfeita caridade e atrai-nos para a contemplação do rosto do Senhor. Cuida de nós com amor, e reveste os teus filhos com o teu santo Escapulário, sinal da tua protecção, e que a tua presença ilumine os nossos caminhos e nos faça chegar ao monte da salvação, que é Cristo Jesus, teu Filho e Senhor nosso. Amen.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 8

8º DIA: MARIA, AO PÉ DA CRUZ

À escuta da Palavra: Ao pé da cruz (Jo 19, 25-27)

Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.

Reflexão: João diz-nos que junto à cruz estavam Maria e João. Maria – a Mãe -, João – o discípulo predilecto – . A Virgem Maria está de pé junto à cruz: dá força ao seu Filho para que chegue a última hora. Esta passagem bíblica – muito grata ao coração de todo o carmelita – ensina-nos que no momento da dor não estamos sozinhos. Maria e Jesus estão connosco. E recorda-nos que o Senhor, morrendo, deu-nos a sua Mãe como bem precioso. Procuremos com a nossa vida ser agradecidos.

Oração: Maria, Mãe ao pé da cruz, fica junto de nós nas nossas cruzes quotidianas para que, como tu, saibamos estar de pé para aceitar e oferecer a nossa dor. Maria, Mãe junto à cruz, abre o nosso coração para que saibamos acolher-te em todo o momento, dom que Jesus nos deu ao morrer.

Compromisso: Aproximar-me de qualquer pessoa que sofre física ou espiritualmente.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 7

7º DIA: MARIA, VIRGEM DA ESCUTA

À escuta da Palavra: Ditosos os seios que te amamentaram (Lc 11, 27-28)

Enquanto Ele falava, uma mulher, levantando a voz do meio da multidão, disse: «Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!» Ele, porém, retorquiu: «Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.»

Reflexão: Pode parecer que Jesus não dê importância ao papel de Maria, preferindo os seus discípulos. No entanto, se lermos bem o texto, notamos que Jesus elogia a sua Mãe. Ela é a mulher que escuta a Palavra de Deus e a põe em prática em cada momento. É uma discípula atenta, que guarda no seu coração as palavras do Filho e no dia-a-dia põe-nas em prática. Ela indica-nos o caminho para que também nós façamos o mesmo, se queremos ser seus verdadeiros devotos.

Oração: Mãe Formosa, Virgem da escuta, abre o nosso coração para que saibamos escutar as palavras do teu Filho. Mãe Formosa, pura de coração, torna-nos fortes nos nossos propósitos.

Compromisso: Escutar a Palavra de Deus com muita atenção quando é proclamada na igreja. Comprometo-me também a escutar Deus que me fala através das pessoas no decorrer do dia.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 6

 

6º DIA: MARIA, A INFATIGÁVEL BUSCADORA DE DEUS

À escuta da Palavra: O encontro no Templo (Lc 2, 41-50).

Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele chegou aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume da festa. Terminados esses dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o soubessem. Pensando que Ele se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Três dias depois, encontraram-no no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas. Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe disse-lhe: «Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura!» Ele respondeu-lhes: «Porque me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?» Mas eles não compreenderam as palavras que lhes disse.

Reflexão: Maria e José estão angustiados pela perda do seu Filho Jesus. Põem-se a caminho para o buscar e encontram-no depois de três dias. Também na nossa vida, Jesus parece que se esconde e nos deixa sós. Que fazemos? Desesperamos? Voltamo-nos para outros bens? Ou pomo-nos a caminho para encontrar Jesus e não perdê-lo jamais? Maria e José ensinam-nos a ser buscadores de Deus, porque fomos feitos para Ele e o nosso coração anda inquieto até que repouse n’Ele (Santo Agostinho).

Oração: Doce Maria, infatigável buscadora de Deus, dá-nos a mesma força que tiveste para buscar o teu Jesus, que se perdera no Templo. Doce Maria, infatigável buscadora de Deus, guia os nossos passos para que no caminho da vida possamos sempre seguir Jesus, farol que ilumina. Doce Maria, pura Mãe, sê tu mesma a nossa companheira no nosso caminhar para Jesus.

Compromisso: Orar mais nos momentos em que me parece que Jesus me abandonou.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 5

5º DIA: MARIA, SENHORA DA OFERENDA

À escuta da Palavra: A apresentação de Jesus no Templo (Lc 2, 22-32).

Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor» e para oferecerem em sacrifício, como se diz na Lei do Senhor, duas rolas ou duas pombas. Ora, vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor. Impelido pelo Espírito, veio ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus, a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito. Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a Salvação que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo.»

Reflexão: Experimentemos ser espectadores deste episódio: Maria, José e Jesus, uma família, que se dirige ao Templo para oferecer o menino ao Senhor. Se quisermos traduzir em termos da nossa cultura é algo como quando a família se prepara para levar o menino ao baptismo. Muito provavelmente aconteceu-nos muitas vezes assistir a esta festa. Procuremos perscrutar o coração da Mãe: ela oferece a Deus com todo o coração o Menino que nasceu dela. Somos capazes de a imitar na nossa vida de cada dia?

Oração: Filha de Sião, Senhora da oferenda, purifica os nossos corações para que pertençam totalmente a Jesus. Filha de Sião, Senhora da oferenda, liberta os nossos corações para que sem medo possam ser totalmente propriedade Sua. Filha de Sião, terna Mãe, faz o nosso coração semelhante ao teu.

Compromisso: Despojar-me de algo a que estou muito ligado para doá-lo a alguém que me é particularmente antipática, com o fim de imitar a Mãe do Senhor que ofereceu o seu Filho com coração puro.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 4

4º DIA: MARIA, MULHER CONTEMPLATIVA

 À escuta da Palavra: A visita dos magos (Mt 2, 1-12).

Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns magos vindos do Oriente. E perguntaram: «Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.» Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele. E, reunindo todos os sumos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades da Judeia; porque de ti vai sair o Príncipe que há-de apascentar o meu povo de Israel.» Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e pediu-lhes informações exactas sobre a data em que a estrela lhes tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: «Ide e informai-vos cuidadosamente acerca do menino; e, depois de o encontrardes, vinde comunicar-mo para eu ir também prestar-lhe homenagem.» Depois de ter ouvido o rei, os magos puseram-se a caminho. E a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no; e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonhos para não voltarem junto de Herodes, regressaram ao seu país por outro caminho.

Reflexão: Que pensariam José e Maria vendo diante de si estes homens misteriosos que tinham vindo de longe para ver Jesus? Contudo, o Filho de Deus fez-se Homem para todos, também para estes “estrangeiros”. Maria compreende e também lhes mostra Jesus. Maria é a verdadeira contemplativa, isto é, a que sabe ver a realidade com os olhos de Deus. E nós? Somos contemplativos? Conseguimos ver a realidade como Deus a vê? Somos capazes de dar Jesus aos outros que encontramos, sejam conhecidos ou não, do meu país ou não, ricos ou pobres?

Oração: Santa Maria, mulher contemplativa, ensina-nos a conservar no nosso coração as situações de cada dia para nos empenharmos em vê-las com os olhos de Deus. Santa Maria, mulher contemplativa, ensina-nos a ver naqueles que encontramos o rosto do teu Filho e a não fazer qualquer tipo de discriminação.

Compromisso: Não julgar as pessoas que encontro durante o dia, mas ver em cada uma o rosto do Senhor.

 

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Novena de Nª Srª do Carmo – 3

3º DIA: MARIA, MÃE QUE NOS VESTE COM O ESCAPULÁRIO

À escuta da Palavra: O nascimento (Lc 2, 1-20).

Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda a terra. Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria. Todos iam recensear-se, cada qual à sua própria cidade. Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. E, quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria. Na mesma região encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite. Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. O anjo disse-lhes: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.» De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste, louvando a Deus e dizendo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado.» Quando os anjos se afastaram deles em direcção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: «Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.» Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura. Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele menino. Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração. E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado.

Reflexão: O evangelista Lucas transmite-nos o gesto carinhoso e materno de Maria que envolve em panos o pequenino Jesus. Um gesto que toda a Mãe já fez, em sinal de protecção e de cuidado. Também nós somos revestidos com o vestido de Maria, nossa Mãe e Irmã, através do Escapulário. Ela cuida de cada um de nós e protege-nos. Envolve-nos com o seu manto para que cresçamos fortes e robustos na escola de seu Filho.

Oração: Virgem Mãe, que envolveste em panos o teu Filho Jesus, ensina-nos a ser sempre pequenos para que nos deixemos “levar nos braços” do bom Deus”. Virgem Mãe, que envolveste em panos o teu Jesus, ajuda-nos a revestir-nos do teu Filho, para que sejamos em cada dia sinal do amor de Deus.

Compromisso: Revestir-me do Escapulário para testemunhar também exteriormente o meu amor a Jesus e a Maria. Sobretudo quero que o Escapulário me recorde que devo viver em cada dia na escola de Jesus, a exemplo de Maria.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 2

2º DIA: MARIA, ESPLÊNDIDA NO SERVIÇO

À escuta da Palavra: A Visitação (Lc 1, 39-45).

Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.»

Reflexão: Logo que recebe o anúncio do Anjo, a Mãe do Senhor põe-se a caminho para saudar e ajudar a sua prima Isabel, já idosa, que espera um menino. O Evangelho diz-nos que ela caminha à pressa, para pôr-se ao serviço da que tem necessidade. A Virgem não se ensoberbece (o anúncio não lhe sobe à cabeça), porque nela cumprir-se-á a esperança de Israel, mas com grande humildade vai prestar um serviço nas mais pequenas e simples tarefas do lar.

Oração: Maria, perita no serviço, ajuda-nos a compreender que somente sendo servos uns dos outros é que podemos ser verdadeiros discípulos do teu Filho. Maria, perita no serviço, torna-nos capazes de estar sempre disponíveis para com aqueles que diariamente encontramos no nosso caminho. Maria, Virgem Mãe, ajuda-nos a adiantar-nos com gestos de mútua caridade.

Compromisso: Prestar ajuda às pessoas que estão próximas de mim. E para imitar mais fielmente a Virgem, procurar ser mais serviçal para com aquelas pessoas que me parecem que são menos simpáticas.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 1

1º DIA: MARIA, EXEMPLO DE ACOLHIMENTO

À escuta da Palavra: A Anunciação (Lc 1, 26- 38).

 Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.» Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus.» Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.

Reflexão: Os evangelhos começam apresentando Maria como mulher que acolhe o projecto de Deus, em atitude de oração. Ela escuta, medita, consente e responde “sim” a Deus que chama. Numa palavra: acolhe. Este acolhimento engendra nela a Vida. “A Palavra fez-se carne”.

Oração: Santa Maria, mulher do acolhimento, faz-nos teus imitadores e imitadoras, para que possamos em cada dia gerar Jesus, em cada situação da nossa vida. Santa Maria, mulher do acolhimento, ensina-nos a meditar a Palavra de Deus como tu o fazias, para que em cada momento da nossa vida saibamos acolhê-la para nos deixarmos guiar por ela. Santa Maria, Flor do Carmelo, escuta a nossa oração.

Compromisso: Ler uma página do Evangelho e reflectir sobre ela para procurar o que Deus quer de mim na minha vida de cada dia.

 

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