Pedro, tu amas-Me?

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A Igreja católica festeja hoje São Pedro, o primeiro Papa. O apóstolo a quem Jesus deu a missão de enviar e confirmar outros, de ser referência e sinal de unidade. A missão parece imensa e é! Cristo não lhe perguntou se tinha muitos cursos, um currículo exemplar, nem sequer se era impecável. Só lhe perguntou: “Amas, amas-me?… Então vai!”

Vasco Magalhães, sj

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O segredo de Maria para viver a sua peregrinação na fé

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Como é que Maria pôde viver este caminho ao lado do Filho com uma fé sólida, mesmo na obscuridade – quando Deus parece ausente ou em silêncio -, sem compreender tudo e sem perder a plena confiança em Deus? O evangelista S. Lucas revela-nos a atitude de fundo com que ela enfrentava estes acontecimentos: “Maria guardava todas estas coisas meditando-as no seu coração”. (Lc 2, 19); e “mas eles (os pais) não compreenderam as palavras que lhes disse… Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2,51). Isto significa que Maria entrava em diálogo intimo com a Palavra de Deus anunciada: recordava e relacionava no seu coração os acontecimentos e a Palavra, discernindo desta forma, os desígnios de Deus. Assim adquire a compreensão que só a fé lhe pode garantir e permitir “esperar contra toda a esperança”.

Neste contexto, compreendemos as referências elogiosas de Jesus a sua mãe como ouvinte da Palavra, que a torna membro da grande família espiritual que é a Igreja: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que escutam a Palavra de Deus e a cumprem” (Lc 8, 18-21) e “Felizes antes aqueles que escutam a Palavra de Deus e a guardam” (Lc 11, 27-28).

D. António Marto

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13º Domingo do Tempo Comum – Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 9, 51-62) 

Como estavam a chegar os dias de ser levado deste mundo, Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de lhe prepararem hospedagem. Mas não o receberam, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma?» Mas Ele, voltando-se, repreendeu-os. E foram para outra povoação. Enquanto iam a caminho, disse-lhe alguém: «Hei-de seguir-te para onde quer que fores.» Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.» E disse a outro: «Segue-me.» Mas ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.» Jesus disse-lhe: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos. Quanto a ti, vai anunciar o Reino de Deus.» Disse-lhe ainda outro: «Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família.» Jesus respondeu-lhe: «Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não é apto para o Reino de Deus.»

Ecos da Palavra

Neste Domingo XIII do Tempo Comum temos a graça de ouvir o Evangelho de Lucas 9,51-62, que é uma página sublime e sobrecarregada de cenários de seguimento, sucessivos e desconcertantes, que interpelam todos aqueles, de ontem e de hoje, que são chamados a seguir o caminho de Jesus.

Jesus “dirigiu-se resolutamente” na direcção de Jerusalém. É uma a atitude firme e decidida da qual não quer voltar atrás. Jesus caminha sem hesitação para a Cruz.

Jesus envia alguns mensageiros à sua frente com a missão de preparar a vinda do próprio Jesus. Extraordinária e preciosa indicação. A missão excede o mensageiro, que é sempre e só um preparador de caminhos para a vinda daquele que há-de vir, Jesus Cristo, que é assim o único imprescindível!.

Tiago e João, os filhos de Zebedeu, tomados pela ilusão do poder, propõem a Jesus dizimar uma povoação samaritana só porque esta recusa acolher Jesus. Os dois irmãos discípulos não entenderam ainda o caminho manso e humilde de Jesus. A mesma rejeição tinha acontecido no início da missão de Jesus em Nazaré. Portanto, e sem medos e sem equívocos, a rejeição acompanha o Evangelho em pessoa, que é Jesus Cristo. Os seus discípulos de ontem e de hoje devem saber estas coisas, para não procurarem facilidades no seguimento fiel do caminho de Jesus. Aí está sempre a balizar o caminho a palavra de Jesus: “Se me perseguiram a mim, perseguir-vos-ão também a vós” (João 15,20).

Alguém propõe-se seguir Jesus, com estas palavras: “Seguir-Te-ei para onde quer que vás!”, logo seguidas da declaração de Jesus: “As raposas têm as suas tocas e as aves do céu os seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça!”. A intenção do narrador é certamente apresentar a força do seguimento de Jesus enquanto tal, não o fazendo depender desta ou daquela circunstância, e fazendo dele um seguimento incondicional. Seguir Jesus é um absoluto, sem condições, atitude posta em destaque pelo facto de Jesus não ter eira nem beira, “não tem onde reclinar a cabeça”, o que torna incontornável a transparência da sua confiança no Pai. Sua e daqueles que o queiram seguir no caminho.

Jesus faz o apelo directo a alguém: “Segue-me!”, a que o visado responde imediatamente: “Permite-me ir primeiro sepultar o meu pai!”. E a resposta, quase escandalosa de Jesus: “Deixa que os mortos sepultem os seus mortos. Tu, vai anunciar o Reino de Deus!”. O caminho novo de Jesus inverte o normal caminhar da experiência humana da vida para a morte. O caminho de Jesus, e segundo Jesus, é da morte para a vida: “nós sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos os irmãos; quem não ama, permanece na morte” (1 João 3,14). Quem quiser seguir Jesus tem, portanto, de apostar tudo no novo sentido que Jesus imprime à existência: partir da morte para a vida, com a única chave possível que abre este caminho: o amor.

Finalmente é colocado diante de nós alguém que está disposto a seguir Jesus, desde que Jesus lhe faça uma pequena concessão: permitir que se despeça dos seus familiares. Digamos que pede apenas para dar um pequeno passo atrás, e logo dará dois em frente. Jesus não faz qualquer concessão: “Aquele que deita as mãos ao arado, e olha para trás, não serve para o Reino de Deus!”. Não é possível seguir Jesus olhando para trás. Não é possível abrir caminhos para o Reino de Deus ficando no passado. Trabalhar no projecto do Pai requer dedicação total, confiança no futuro de Deus e audácia para caminhar atrás dos passos de Jesus.

Palavra para o caminho

Seguir Jesus é o coração da vida cristã. O essencial. Nada há mais importante ou decisivo, mais urgente e inadiável.

Jesus utiliza imagens duras e escandalosas para sacudir as consciências. Não procura mais seguidores, mas seguidores mais comprometidos, que o sigam sem reservas, renunciando a falsas seguranças e assumindo as rupturas necessárias. As Suas palavras colocam no fundo uma só questão: que relação queremos estabelecer com Ele, aqueles que nos dizemos seus seguidores?

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“O Seu Nome é João”

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O oitavo dia do nascimento de um menino é uma grande festa em Israel. É nesse dia que o menino é circuncidado e recebe o seu nome. A casa de Isabel enche-se outra vez de familiares e vizinhos. Mais uma vez atento, o narrador diz-nos que aquela gente que veio para a festa queria dar ao menino o nome do seu pai, Zacarias (Lucas 1,59). Nem outra coisa era de supor, dado que, em contexto bíblico, o filho primogénito recebia habitualmente o nome do seu pai. Mas Isabel também estava atenta, e reagiu logo, dizendo: «Não, o menino chamar-se-á JOÃO (Lucas 1,60).

Os presentes ficaram atónitos com a reação de Isabel, e fizeram questão de vincar tal incongruência, referindo que na família ninguém tinha esse nome (Lucas 1,61). Recorreram, pois, ao mudo Zacarias para que se pronunciasse sobre o assunto do nome do menino. Zacarias, porque estava mudo, pediu uma tabuinha de cera, e escreveu: «O seu nome é JOÃO!», o que provocou o espanto de todos os presentes (Lucas 1,62-63).

Porquê, então, o nome de JOÃO? É certo que já o Anjo tinha mencionado a Zacarias este nome em Lucas 1,13. Mas porquê JOÃO, se ali, no livro anagráfico daquela família ninguém registava esse nome? O que significa o nome JOÃO? Em hebraico, JOÃO diz-se Yôhanan. Yôhanan significa literalmente «YHWH faz graça». E o que é fazer «fazer graça»? De forma plástica e concreta, é uma mãe que embala ternamente o seu bebé nos braços e baixa para ele o olhar carinhoso, bondoso, maravilhoso, gracioso, maternal. É este duplo gesto de carinho maternal que é a graça bíblica. Sobretudo aquele olhar belo, enternecido, embevecido, maternal, que enche o bebé de graça.

É assim que Deus olha para nós, e nos acaricia. É assim que Maria é saudada pelo Anjo com aquele: «Alegra-te, Cheia de Graça!» (Lucas 1,28). E é isso que Maria canta no Magnificat: «A minha alma engrandece o Senhor,/ e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,/ porque Ele Olhou (epiblépô = olhar condescendente) para a sua humilde serva» (Lucas 1,46-47).

O nome JOÃO não estava registado no livro anagráfico daquela família. O nome dado não é, portanto, da nossa colheita. Vem de Deus. Foi anunciado pelo Anjo. O que é que isto quer dizer? JOÃO é, por assim dizer, o último profeta do Antigo Testamento, e o primeiro do Novo Testamento. Sendo o último do Antigo Testamento, ele resume todo o Antigo Testamento. E o resumo é este: «Deus faz graça». Sendo o primeiro do Novo Testamento, ele constitui o sumário de todo o Novo Testamento. E o sumário é este: «Deus faz graça».

É a posição estratégica de JOÃO no limiar dos Dois Testamentos, encerrando um e abrindo outro, resumindo um e sumariando outro, que explica a nossa estranheza. Mas JOÃO é uma enorme lição. Neste Belo Nome está contida a inteira Escritura e o inteiro afazer de Deus. Parabéns, menino JOÃO, pelo teu nascimento no nosso mundo. Tu, que nos vieste mostrar Deus!

António Couto

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Nascimento de São João Baptista – 24 de Junho

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* São João Baptista, que foste, como Cristo, anunciado pelo anjo Gabriel. Rogai por nós!

* São João Baptista, que exultaste de alegria no seio de Isabel, quando recebeu a visita da Mãe de Deus. Rogai por nós!

* São João Baptista, que encheste de alegria a tua mãe e mereceste os cuidados de Nossa Senhora. Rogai por nós!

* São João Baptista, que clamaste no deserto, preparando os caminhos do Senhor. Rogai por nós!

* São João Baptista, que pregaste no Jordão um baptismo de penitência para o perdão dos pecados. Rogai por nós!

* São João Baptista, que apontaste o verdadeiro Cordeiro, aquele que tira o pecado do mundo. Rogai por nós!

* São João Baptista, que te proclamaste indigno de desatar as sandálias de Jesus Cristo. Rogai por nós!

* São João Baptista, que quiseste diminuir para que Cristo crescesse, e foste degolado no cárcere por lembrar aos grandes a verdade. Rogai por nós!

* São João Baptista, de quem Cristo disse que eras mais que um profeta e o maior entre os nascidos de mulher. Rogai por nós!

Oração

Glorioso São João Baptista, que fostes santificado no seio materno, ao ouvir vossa mãe a saudação de Maria Santíssima; por intercessão da Virgem Maria e pelos infinitos merecimentos de seu divino Filho, de quem fostes precursor, anunciando-o como Mestre e apontando-o como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, alcançai-nos a graça de darmos também nós testemunho da verdade e selá-lo até, se preciso for, com o próprio sangue, como o fizestes vós, ao ser martirizado.

Abençoai todos os que vos invocam, as nossas famílias, grupos e comunidades cristãs, e fazei que, no meio de nós, floresçam todas as virtudes que praticastes em vida, para que, verdadeiramente animados do vosso espírito, no estado em que Deus nos colocou, possamos um dia gozar convosco da bem-aventurança eterna. Amen.

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Maria peregrina na fé

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Não vamos pensar que a fé inicial de Maria foi sempre “de vento em popa”, sem conhecer dificuldades, perturbações ou provocações. Também Maria teve de ir assimilando pouco a pouco o Evangelho anunciado por Jesus. O sim da anunciação foi o início de um longo itinerário para Deus, de uma verdadeira peregrinação na fé. Teve de renovar cada dia a fé profunda com que disse o seu primeiro sim, para o manter fiel durante toda a vida até à entrega do Filho na cruz.

Desde cedo, a sua fé passou por situações que a puseram à prova: o risco de perder o amor de José, seu noivo, por aceitar a maternidade divina, o nascimento do menino num pobre estábulo em Belém, a fuga para o Egipto, a apresentação do menino no templo quando ouviu a desconcertante profecia de Simeão: “uma espada de dor atravessará o teu coração”, a perda de Jesus no templo. Maria vive a “noite da fé” que atinge o seu auge aos pés da cruz unida a Cristo sofredor no seu despojamento total. Mediante a fé, a mãe participa na morte do Filho com fidelidade, de modo bem diferente dos apóstolos, que fugiram.

D. António Marto

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Quão inefável é a tua condescendência

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Ó Jesus! Se eu pudesse dizer a todas as pequenas almas quão inefável é a tua condescendência!… Sinto que, se por um impossível, encontrasses uma alma mais débil, mais fraca do que a minha, deleitar-Te-ias a cumulá-la de favores ainda maiores, se ela se abandonasse com inteira confiança à Tua misericórdia infinita.

Santa Teresa do Menino Jesus

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12º Domingo do Tempo Comum – Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 9, 18-24)

Um dia, Jesus orava em particular, estando com Ele apenas os discípulos, perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» Responderam-lhe: «João Baptista; outros, Elias; outros, um dos antigos profetas ressuscitado.»  Disse-lhes Ele: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «O Messias de Deus.» Ele proibiu-lhes formalmente de o dizerem fosse a quem fosse; e acrescentou: «O Filho do Homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei, tem de ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.» Depois, dirigindo-se a todos, disse: «Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me. Pois, quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa há-de salvá-la.»

E vós, quem dizeis que Eu sou?

Se nas comunidades cristãs deixamos apagar a nossa fé em Jesus, perderemos a nossa identidade. Não conseguiremos viver com audácia criadora a missão que Jesus nos confiou; não nos atreveremos a enfrentarmos o momento actual, abertos à novidade do Seu Espírito; iremos asfixiar-nos na nossa mediocridade.

Os tempos que estamos a viver não são fáceis. Se não nos voltamos para Jesus com mais verdade e fidelidade, a desorientação paralisar-nos-á; as nossas grandes palavras continuarão a perder credibilidade. Jesus é a chave, o fundamento e a fonte de tudo o que somos, dizemos e fazemos. Quem é hoje Jesus para os cristãos?

Nós confessamos, como Pedro, que Jesus é o Messias de Deus, o Enviado do Pai. É certo: Deus amou tanto o mundo que nos ofereceu Jesus. Sabemos nós, os cristãos, acolher, cuidar, desfrutar e celebrar esta grande oferta de Deus? É Jesus o centro das nossas celebrações, encontros e reuniões?

Confessamos também que Jesus é o Filho de Deus. Ele nos pode ensinar a conhecer melhor Deus, a confiar mais na Sua bondade de Pai, a escutar com mais fé o seu apelo para construirmos um mundo mais fraterno e justo para todos. Estamos a descobrir nas nossas comunidades o verdadeiro rostro de Deus encarnado em Jesus? Saberemos anunciá-lo e comunicá-lo como uma grande notícia para todos?

Chamamos a Jesus Salvador porque tem força para humanizar as nossas vidas, libertar as nossas pessoas e encaminhar a história humana para a sua verdadeira e definitiva salvação. É esta a esperança que se respira entre nós? É esta a paz que se contagia a partir das nossas comunidades?

Confessamos a Jesus como nosso único Senhor. Não queremos ter outros senhores nem submeter-nos a falsos ídolos. Mas, ocupa Jesus realmente o centro das nossas vidas? Damos-lhe primazia absoluta nas nossas comunidades? Colocamo-lo acima de tudo e de todos? Somos de Jesus? É Ele quem nos anima e faz viver?

A grande tarefa dos cristãos é hoje juntar forças e abrir caminhos para reafirmar muito mais a centralidade de Jesus na Sua Igreja. Tudo o resto vem depois.

Palavra para o caminho

Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me”. O dizer de Jesus, o seu ensinamento novo, não é para elites, para alguns iluminados. É para todos: ricos e pobres, maus e bons, especialistas e ignorantes. A vida cristã, que consiste em seguir Jesus, é coisa quotidiana, de todos os dias. Não é só para alguns dias de festa. Não pode ter pausas.

Dizer não a si mesmo é pensar ao contrário do que estamos habituados a fazer. Pensamos sempre primeiro em nós, em salvar-nos a nós mesmos. E para nos salvarmos a nós mesmos, pensamos nós, temos de nos antecipar aos outros, ser mais espertos do que os outros, passar à frente dos outros. Exactamente o contrário de Jesus, que não quis salvar-se a si mesmo. Quis salvar-nos a nós, pôr-se ao nosso serviço, fazer-se fonte de água viva para nós. Estamos, portanto, perante a lógica nova do “quem perde, ganha”, que é o jogo novo do cristianismo.

Não se pode ser cristão, discípulo de Jesus, seguir Jesus, dizer Jesus, sem dar a vida. Tudo, e não apenas o supérfluo. Dar o que sobra não tem a marca de Deus, não é fazer a verdadeira memória de Jesus, que se entregou a si mesmo por nós (Efésios 5,2), por mim (Gálatas 2,20). O supérfluo deixa a vida intacta. O dom de si mesmo transforma a vida para sempre.

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