Jesus quer habitar em ti

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Não é para ficar no cibório de ouro que Jesus desce todos os dias do Céu, mas para encontrar outro Céu que Lhe é infinitamente mais caro que o primeiro: o Céu da nossa alma, feita à Sua imagem, o templo vivo da adorável Trindade!

Santa Teresinha do Menino Jesus

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3º Domingo do Advento – Ano A

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 11, 2-11)

Naquele tempo João, que estava no cárcere, tendo ouvido falar das obras de Cristo, enviou-lhe os seus discípulosoão, com esta pergunta: «És Tu aquele que há-de vir, ou devemos esperar outro?»

Jesus respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis: Os cegos vêem e os coxos andam, os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa-Nova é anunciada aos pobres. E bem-aventurado aquele que não encontra em mim ocasião de escândalo.»

Depois de eles terem partido, Jesus começou a falar às multidões a respeito de João: «Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento? Então que fostes ver? Um homem vestido de roupas luxuosas? Mas aqueles que usam roupas luxuosas encontram-se nos palácios dos reis. Que fostes, então, ver? Um profeta? Sim, Eu vo-lo digo, e mais que um profeta. É aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu mensageiro diante de ti, para te preparar o caminho. Em verdade vos digo: Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista; e, no entanto, o mais pequeno no Reino do Céu é maior do que ele.»

Mensagem

O tempo de Jesus era uma época de expectativas. O primeiro século da nossa era foi marcado pelo aparecimento de muitos líderes populares, propondo-se como Messias. Cada grupo da Palestina tinha as suas expectativas sobre como seria a pessoa e a actuação desse Messias prometido.

João, o Baptista, era uma figura importante no cenário religioso daquela época. Mas, a atuação concreta de Jesus, parecia destoar tanto dessa expectativa, que causava dúvidas na mente de muita gente. Jesus era realmente o “Esperado”, ou seria ele mais uma decepção para o povo?

Jesus não se defende, explicando quem é ele. Pelo contrário, mostra que era o Messias, pelo que fazia! Usando textos do profeta Isaías, mostra que o Reino de Deus chegou n’Ele, pois acontecem as obras de libertação que são características do Reino: com os mortos (Is 26, 19), os surdos (Is 29,18-19), os cegos, surdos, coxos e pobres (Is 35, 5-6), e o anúncio da Boa-Nova aos pobres (Is 61, 1).

O Messias de Deus nada tem a ver com a personagem enérgica e severa que João esperava. O seu modo de proceder escandalizou o precursor, e continua a escandalizar-nos a nós também, nos dias de hoje. Um Deus bom para com todos contradizia as convicções de João. Como nós, também o Baptista imaginava um Deus forte, e encontrava-o diante de si débil; esperava intervenções clamorosas, e as coisas continuavam a acontecer como se o Messias não tivesse chegado. Bem-aventurado aquele que acolhe Deus tal como ele é, e não como gostaria que ele fosse! A fé no Deus que se revela em Jesus não pode deixar de ser acompanhada de dúvidas, incertezas, dificuldades em acreditar. O Baptista é a figura do verdadeiro crente: debate-se entre muitas perplexidades, questiona-se, mas não renega o Messias porque este não corresponde aos seus critérios; põe em causa as próprias certezas. Não causa preocupação quem tem dificuldade em acreditar, quem se sente perdido perante o mistério e os enigmas da existência, quem diz não compreender os pensamentos e o agir de Deus.

Palavra para o caminho

Hoje é o terceiro Domingo do Advento, chamado também Gaudete, ou seja, Domingo da Alegria. Na liturgia ressoa várias vezes o convite a alegrar-se, a rejubilar, porquê? Porque o Senhor está próximo. O Natal está próximo. A mensagem cristã chama-se «evangelho», isto é, «boa nova», um anúncio de alegria para todo o povo; a Igreja não é um refúgio para pessoas tristes, a Igreja é a casa da alegria! E quantos estão tristes encontram nela a alegria, a verdadeira alegria!

Mas a alegria do Evangelho não é uma alegria qualquer! Tem a sua razão de ser no saber que se é acolhido e amado por Deus. Ele está sempre connosco para nos ajudar a ir em frente (Papa Francisco).

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Oração do Papa Francisco diante da imagem da Imaculada Conceição

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Ó Maria, nossa Mãe Imaculada, no dia da tua Festa venho a Ti, e não venho sozinho: trago comigo todos aqueles que o teu Filho me confiou, nesta cidade de Roma e em todo o mundo, para que Tu os abençoes e os salves dos perigos.

Trago a Ti, Mãe, as crianças, especialmente aquelas que estão sozinhas e abandonadas, e que por isso são enganadas e exploradas.

Trago a Ti, Mãe, as famílias, que levam em frente a vida e a sociedade, com o seu compromisso diário e escondido; especialmente as famílias que têm mais dificuldades, por tantos problemas internos e externos.

Trago a Ti, Mãe, todos os trabalhadores, homens e mulheres, e confio a ti especialmente quem, por necessidade, se esforça em realizar um trabalho indigno e aqueles que perderam o trabalho ou não conseguem encontrar um.

Temos necessidade do teu olhar imaculado, para reencontrar a capacidade de olhar para as pessoas e as coisas com respeito e reconhecimento, sem interesses egoístas ou hipocrisia.

Temos necessidade do teu coração imaculado, para amar de maneira gratuita, sem segundas intenções, mas buscando o bem do outro, com simplicidade e sinceridade, renunciando às máscaras e truques.

Temos necessidade das tuas mãos imaculadas, para acariciar com ternura, para tocar a carne de Jesus nos irmãos pobres, doentes, desprezados, para levantar aqueles que caíram e sustentar quem vacila.

Temos necessidade dos teus pés imaculados, para ir ao encontro daqueles que não podem dar o primeiro passo, para caminhar nos caminhos de quem está perdido, para ir e encontrar as pessoas sozinhas.

Nós te agradecemos, ó Mãe, porque mostrando-te a nós livre de qualquer mancha de pecado,Tu nos recordas que antes de tudo existe a graça de Deus, existe o amor de Jesus Cristo que deu a vida por nós, existe a força do Espírito Santo que tudo renova.

Faz que não cedamos ao desencorajamento, mas, confiando na tua constante ajuda, nos empenhemos a fundo para nos renovar a nós mesmos, esta Cidade e o mundo inteiro.

Ora por nós, Santa Mãe de Deus.

Papa Francisco

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As figuras do Advento

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A entrada no Tempo do Advento assinala o começo de um novo ano litúrgico e coloca-nos em atitude vigilante, preparando a celebração do Natal de Jesus Cristo. Neste percurso, deparamo-nos com três figuras que nos sugerem pistas para a vivência deste tempo: Isaías, João Baptista e Maria. Isaías é o profeta (e o poeta) que sonha tempos novos, onde a paz e a justiça vão reinar: “transformarão as suas espadas em relhas de arados e as suas lanças em foices. Uma nação não levantará a espada contra a outra e não mais se adestrarão para a guerra” (Is 2, 4-5). João Baptista é a voz que clama no deserto e sugere que se preparem os caminhos do Senhor (cfr. Mt 3, 3). Caracteriza-se por uma vida austera (centrada no essencial) e por uma coragem a toda a prova (denunciou o mau proceder de Herodes). Maria é a mulher da espera atenta e silenciosa, disponível para os planos de Deus (cfr. Lc 1, 38) e modelo para os crentes. “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2, 5) é a sugestão que ela dá a todos os que querem fazer deste tempo litúrgico uma autêntica e oportuna preparação para o Natal. Se ela é feliz porque acreditou (cfr. Lc 1, 45), não será na vivência intensa deste tempo de Advento que havemos de encontrar a verdadeira alegria do Natal? As três figuras que acabámos de evocar são para nós modelos e intercessores para que a esperança (Isaías) se traduza em atitudes de desprendimento e coragem (João Baptista) que nos levem a fazer o que, na sua Palavra, Jesus nos sugere.

Pe. João Alberto Sousa Correia

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Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 1, 26-38)

Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria.

Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.»

Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus.» Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.

Mensagem

A Solenidade da Imaculada Conceição faz-nos contemplar Maria, que por singular privilégio foi preservada do pecado original desde a sua concepção. Mesmo vivendo no mundo marcado pelo pecado, não é tocada pelo pecado: Maria é nossa irmã no sofrimento, mas não no mal e no pecado. Antes, o mal nela foi vencido antes mesmo de tocá-la, porque Deus a encheu de graça (cf. Lc 1,28). A Imaculada Conceição significa que Maria é a primeira salva pela infinita misericórdia do Pai, como primícia da salvação que Deus quer doar a cada homem e a cada mulher, em Cristo. Por isso, a Imaculada se tornou ímagem sublime da misericórdia divina que venceu o pecado.

Na concepção imaculada de Maria somos convidados a reconhecer a aurora do mundo novo, transformado pela obra salvífica do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Por isso, a Virgem Maria, nunca contaminada pelo pecado e sempre cheia de Deus é mãe de uma humanidade nova. É mãe do mundo recriado.

A festa da Imaculada torna-se, então, a festa de todos nós se, com os nossos “SIM” quotidianos conseguimos vencer o nosso egoísmo e tornar mais feliz a vida dos nossos irmãos, doar-lhes esperança, enxugando as lágrimas e dando um pouco de alegria, sobretudo àqueles que são os privilegiados aos olhos de Jesus. São aqueles que o próprio Jesus indicou: “Tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era estrangeiro e acolhestes-me, nu e vestistes-me, doente e visitastes-me, estava preso e viestes encontrar-me” (Mt 25,35-36) (Papa Francisco).

A festa da da Imaculada Conceição tem uma mensagem específica para nos comunicar: recorda-nos que na nossa vida tudo é dom, tudo é misericórdia. Na Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria resplandece a vocação dos discípulos de Cristo, chamados a tornar-se, com a sua graça, santos e imaculados no amor (Papa Bento XVI).

Palavra para o caminho

A primeira palavra da parte de Deus aos homens, quando o Salvador se aproxima do mundo, é um convite à alegria. É o que escuta Maria: Alegra-te. “A palavra última e primeira da grande libertação que vem de Deus não é o ódio, mas a alegria; não é a condenação, mas a absolvição. Cristo nasce da alegria de Deus e morre e ressuscita para trazer a sua alegria a este mundo contraditório e absurdo” (Jürgen Moltmann).

Com frequência deixamo-nos contagiar pela tristeza. Jesus não é mais a Boa Notícia? Não sentimos alegria de ser seus seguidores? Quando falta a alegria, a fé perde frescura, a cordialidade desaparece, a amizade entre os crentes esfria. Tudo se torna mais difícil.

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Oração a Nossa Senhora da Conceição

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Oração a Nossa Senhora da Conceição

Virgem Santíssima, que fostes concebida sem pecado original e por isto merecestes o título de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras “Ave Maria, cheia de graça”, nós vos pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio necessário para vencermos as tentações e evitarmos os pecados e, já que vos chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal para que possamos viver como dignos filhos vossos. Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós. Amen.

Não te afastes nunca da tua Mãe [Maria]; a Ela confia a tua alma e a tua santificação; reza para que te conceda uma visita especial. Feliz da alma que se encontra intimamente com a sua Mãe Imaculada!

Beata Maria Cândida da Eucaristia

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Frases sobre a Imaculada Conceição

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– Senhor nosso Deus, que a comunhão na vossa Eucaristia cure em nós as feridas do pecado original, do qual Maria foi preservada de modo admirável ao ser concebida sem pecado. Por Cristo, nosso Senhor (Oração depois da comunhão).

– Cantamos teus louvores, ó pura Mãe de Deus! Os hinos que entoamos se elevam até os céus. Do Adão terrestre filhos, nascemos para o mal; só tu cremos isenta da culpa original (Liturgia das Horas).

– Por uma graça e favor singular de Deus omnipotente e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada intacta de toda a mancha do pecado original no primeiro instante da sua conceição (Beato Pio IX).

– Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, «cumulada de graça» por Deus, tinha sido redimida desde a sua conceição. É o que confessa o dogma da Imaculada Conceição, procla­mado em 1854 pelo Papa Pio IX (Catecismo §491).

– Prestamos homenagem a Maria Santíssima preservada desde o primeiro instante do contágio da culpa original e de toda a sombra de pecado, em virtude dos méritos de seu Filho Jesus Cristo, nosso único Redentor (São João Paulo II).

– Na tua Imaculada Conceição resplandece a vocação dos discípulos de Cristo, chamados a tornar-se, com a sua graça, santos e imaculados no amor (Papa Bento XVI).

Oração a Nossa Senhora da Conceição

Virgem Santíssima, que fostes concebida sem pecado original e por isto merecestes o título de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras “Ave Maria, cheia de graça”, nós vos pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio necessário para vencermos as tentações e evitarmos os pecados e, já que vos chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal para que possamos viver como dignos filhos vossos. Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós. Amen.

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Vem entregar-Te já, pois a Ti espero

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É de notar que uma alma que ame verdadeiramente não pode querer satisfazer-se ou contentar-se enquanto não possuir verdadeiramente a Deus. As outras coisas não só não a satisfazem, mas ainda lhe aumentam a fome e o apetite de O ver tal como é. Assim, cada visão que tem do Amado pelo conhecimento, sentimento ou qualquer outra comunicação, equiparando-se eles a mensageiros que trazem à alma notícias suas, ainda mais lhe aumenta e atiça o apetite, como as migalhas numa grande fome. E, porque lhe é doloroso entreter-se com tão pouca coisa, diz: “Vem entregar-Te já, pois a Ti espero.”

São João da Cruz

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2º Domingo do Advento – Ano A

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 3, 1-12)

Naqueles dias, apareceu João, o Baptista, a pregar no deserto da Judeia. Dizia: «Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu.» Foi deste que falou o profeta Isaías, quando disse: “Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. João trazia um traje de pêlos de camelo e um cinto de couro à volta da cintura; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Iam ter com ele os de Jerusalém, os de toda a Judeia e os da região do Jordão, e eram por ele baptizados no Jordão, confessando os seus pecados.

Vendo, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao seu baptismo, disse-lhes: «Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera que está para vir? Produzi, pois, frutos dignos de conversão e não vos iludais a vós mesmos, dizendo: ‘Temos por pai a Abraão!’ Pois, digo-vos: Deus pode suscitar, destas pedras, filhos de Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores, e toda a árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada no fogo.

Eu baptizo-vos com água, para vos mover à conversão; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu e não sou digno de lhe descalçar as sandálias. Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo e no fogo. Tem na sua mão a pá de joeirar; limpará a sua eira e recolherá o trigo no celeiro, mas queimará a palha num fogo inextinguível.»

Perspectivas da Palavra anunciada

O Advento não é tanto um tempo de penitência, como a Quaresma, mas de preparação para um encontro com o Senhor, no Natal. A liturgia apresenta-nos hoje a grande figura de João Baptista, mandado por Deus como anunciador do novo tempo de graça e salvação. Deus não permite que a perversidade e a maldade tenham a palavra final na história da humanidade. Essa será mais tarde a mensagem básica do Apocalipse: o mal já é um derrotado, e embora possa parecer diferente, é Deus e não o mal que controla a caminhada da história. Mensagem de conforto para as comunidades sofridas do fim do primeiro século como também para as de hoje. Mas esta vitória não se concretiza sem que haja luta, sacrifício, e cruz!

Mateus põe na boca de João um trecho de Segundo-Isaías: “Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. No seu contexto original (Is 40, 3), a afirmação do profeta soava como uma proclamação de esperança, para os exilados na Babilónia: Deus não abandonou o seu povo, mas está de volta para o libertar. Essa mensagem deu coragem e alento ao Povo de Deus exilado na Babilónia para não desanimar, mas continuar a caminhada, confiando na presença amorosa, transformadora e libertadora de Deus.

Podemos também entender a afirmação de Is 40, 3, aplicando-a a cada um de nós e às nossas comunidades, como descrição de uma mudança radical no estilo de vida de quem quer aceitar o convite à penitência e ao arrependimento. As estradas a serem endireitadas, simbolizam os obstáculos existentes nas nossas vidas que dificultam o seguimento mais autêntico de Jesus. Quem aceita a sua mensagem terá que mudar radicalmente, isto é, na raiz, a sua vida. Não adianta ter uma fé teórica, pois é somente pelos actos concretos que cada um mostra a realidade da sua adesão ao projeto de Deus. A decisão é nossa, pois o nosso Deus, rico em misericórdia, jamais nos negará a sua graça.

Palavra para o caminho

O Espírito Santo é o fogo de Deus para nos ajudar. Num mundo onde há tantas pessoas com carácter de víboras, não é nada fácil manter-se no propósito de dar frutos de arrependimento verdadeiro. Exactamente por isso, João referiu-se ao Messias que traria um baptismo muito especial: “Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo e no fogo”.

A nova experiência de filhos de Deus e não de “raça de víboras” conduz ao abandono (entrega nas mãos de Deus) porque se fez e faz a experiência de algo muito melhor do que até aí se tinha vivido. Abandonar-se não é um lançar-se na insegurança irresponsável, mas escolher a segurança, a rocha firme sobre a qual se pode construir a casa da nossa vida. Não é uma aventura irresponsável mas a certeza de escolher a melhor parte. Desta experiência ousamos ser próximos de tudo e de todos, libertos de todos os “ismos”, porque verdadeiramente livres e regenerados pela Verdade.

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1º Dezembro – 1º Centenário da morte de Charles de Foucauld

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Oração do abandono

Meu Pai, / Eu me abandono a Ti, / Faz de mim o que quiseres. / O que fizeres de mim, / Eu Te agradeço.

Estou pronto para tudo, aceito tudo. / Desde que a Tua vontade se faça em mim / E em tudo o que Tu criastes, / Nada mais quero, meu Deus.

Nas Tuas mãos entrego a minha vida. / Eu Te a dou, meu Deus, / Com todo o amor do meu coração, Porque Te amo / E é para mim uma necessidade de amor dar-me, / Entregar-me nas Tuas mãos sem medida / Com uma confiança infinita / Porque Tu és…  / Meu Pai!

Beato Charles de Foucauld

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