4º Domingo da Páscoa – Ano A

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 10, 1-18)

Naquele tempo, disse Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas sobe por outro lado, é um ladrão e salteador. Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre-a e as ovelhas escutam a sua voz. E ele chama as suas ovelhas uma a uma pelos seus nomes e fá-las sair. Depois de tirar todas as que são suas, vai à frente delas, e as ovelhas seguem-no, porque reconhecem a sua voz. Mas, a um estranho, jamais o seguiriam; pelo contrário, fugiriam dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos.» Jesus propôs-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam o que lhes dizia.

Então, Jesus retomou a palavra: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes prestaram atenção. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim estará salvo; há-de entrar e sair e achará pastagem. O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.

Mensagem

Nas comunidades cristãs necessitamos de viver uma experiência nova de Jesus que reavive a nossa relação com Ele e O coloque decididamente no centro da nossa vida. O evangelho de João apresenta algumas sugestões importantes ao falar da relação das ovelhas com o seu pastor.

O primeiro é “escutar a Sua voz” com toda a Sua frescura e originalidade. É importante, também, sentir-nos chamados por Jesus “pelo nosso nome”. Deixar-nos atrair por Ele. Descobrir, pouco a pouco, e cada vez com mais alegria, que ninguém responde como Ele às nossas perguntas mais decisivas, aos nossos desejos mais profundos e às nossas necessidades últimas.

É decisivo “seguir” Jesus. A fé cristã não consiste em acreditar em coisas sobre Jesus, mas em acreditar n’Ele: em viver confiando na Sua pessoas; em inspirar-nos no Seu estilo de vida para orientar a nossa própria existência com lucidez e responsabilidade.

É vital caminhar tendo Jesus “diante de nós” para não fazerermos o percurso da nossa vida na solidão. É importante e necessário experimentar em algum momento, ainda que desajeitadamente, que é possível viver a vida desde a sua raiz: desde esse Deus que se nos oferece em Jesus.

Esta relação viva com Jesus não nasce em nós de forma automática. De início é quase só um desejo. Em geral cresce rodeada de dúvidas, interrogações e resistências. Mas chega um momento em que o contacto com Jesus começa a marcar decisivamente a nossa vida.

A descrença começa a penetrar-nos a partir do momento em que a nossa relação com Jesus perde força ou fica adormecida pela rotina, a indiferença e a despreocupação. Por isso, o Papa Francisco reconheceu que “necessitamos criar espaços motivadores e de cura […], lugares onde regenerar a fé em Jesus”. Temos absoluta necessidade de escutar o chamamento que Jesus nos faz.

Palavra para o caminho

Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10,10). São muitos os cristãos que não chegam, sequer, a suspeitar que a fé é, precisamente, um princípio de vida, e vida sadia. Falta-lhes descobrir, por experiência pessoal, que Deus não é alguém ao qual convém ter em conta por acaso, mas que Deus é, precisamente e antes de mais nada, alguém que faz viver.

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