Domingo da Ascensão – Ano B

ascension (1)

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 16, 15-20) 

Naquele tempo Jesus apareceu aos Doze e disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas, quem não acreditar será condenado. Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: em meu nome expulsarão demónios, falarão línguas novas, apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal; hão-de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados.»

Então, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus. Eles, partindo, foram pregar por toda a parte; o Senhor cooperava com eles, confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam.

Uma chave de leitura

A Solenidade da Ascensão do Senhor é uma festa marcante para a história da Igreja: a semente estava lançada, é tempo dos Apóstolos começarem a cuidar dela para que se espalhe por todo o mundo. Completada a obra da reconciliação com o mundo, Jesus começa uma vida nova junto do Pai, mas continua vivo e activo na sua Igreja, particularmente através do seu Espírito Santo. É este Espírito que nos impele para a missão: todos somos enviados a dar testemunho de Cristo Ressuscitado.

Comentário do texto

Marcos 16, 15-18: Os sinais que acompanham o anúncio da Boa Nova. Jesus confere aos Apóstolos a missão de anunciar a Boa Nova a toda a criatura. A exigência que ele coloca para quem quer ser salvo é esta: crer e ser baptizado. Aos que acreditam na Boa Nova e se fazem baptizar, promete estes sinais: 1) expulsarão os demónios; 2) falarão novas línguas; 3) tomarão nas mãos as serpentes; 4) beberão qualquer veneno e não lhes fará mal; 5) imporão as mãos aos doentes e estes ficarão curados. Estes sinais acontecem ainda hoje:

– Expulsar os demónios: é combater o poder do mal que estrangula a vida. A vida de muitas pessoas melhorou a partir do momento que entraram na comunidade e começaram a viver a Boa Nova da experiência de Deus. Participando na vida da comunidade, lançam fora o mal das suas vidas.

– Falar novas línguas: é começar a comunicar com os outros de um novo modo. Às vezes encontramos uma pessoa que antes nunca a tínhamos visto, mas acontece como se já a conhecêssemos há muito tempo. É porque falamos a mesma língua, a língua do amor.

– Apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal: há muitas coisas que envenenam a convivência. Muitos mexericos que arruínam a relação entre as pessoas. Quem vive a presença de Deus sabe superar isto e não é molestado por este veneno mortífero.

– Curar os enfermos: em qualquer lugar em que apareça uma consciência mais clara da presença de Deus, aparece também uma especial atenção às pessoas excluídas e marginalizadas, sobretudo aos enfermos. O que mais favorece a saúde é que a pessoa se sinta acolhida e amada.

Marcos 16, 19-20: através da comunidade Jesus continua a sua missão. Aquele Jesus que na Palestina acolhia os pobres, revelando-lhes o amor do Pai, agora é o mesmo Jesus que continua presente entre nós nas nossas comunidades. Através de nós, Ele continua a sua missão de revelar a Boa Nova do amor de Deus aos pobres. A ressurreição continua até hoje. Nenhum poder deste mundo é capaz de neutralizar a força que brota da fé na ressurreição (Rom 8, 35-39). Uma comunidade que quer ser sinal da ressurreição deve ser sinal de vida, deve lutar contra as forças da morte, para que o mundo seja um lugar favorável à vida, deve crer que é possível outro mundo. Sobretudo naqueles lugares onde a vida do povo está mais em perigo por causa do sistema de morte ali imposto, as comunidades devem ser uma prova viva de esperança que vence o mundo, sem medo de serem felizes!

Palavra para o caminho

Com frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração Nos momentos de decepção e de desilusão convém, no entanto, recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.

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