Frases sobre a Cruz

– A cruz de Jesus é a palavra com que Deus respondeu ao mal do mundo (Papa Francisco).

– Quem não busca a cruz de Cristo não busca a glória de Cristo (São João da Cruz).

– A cruz é sinal dum amor sem limites! (São João Paulo II).

– Quanto a mim, porém, de nada me quero gloriar, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (Gl 6, 14).

– Na cruz, Jesus sente todo o peso do mal e, com a força do amor de Deus, vence-o, derrota-o na sua ressurreição. Este é o bem que Jesus realiza por todos nós sobre o trono da cruz (Papa Francisco).

– A cruz não é um fim em si mesma: ela eleva-nos para as alturas e revela-nos as realidades superiores. Por isso ela não é somente um símbolo; ela é a arma poderosa de Cristo (Santa Teresa Benedita da Cruz).

– Por meio da cruz nós, ovelhinhas de Cristo, fomos congregados num único aprisco, e fomos destinados às moradas eternas (Abade Teodoro Estudita).

– Animo-vos, portanto, a descobrir na cruz a medida infinita do amor de Cristo (Bento XVI).

– A cruz: mistério de amor e de dor (São João Paulo II).

– Não há árvore mais apropriada para produzir e conservar o amor de Deus do que a árvore da Cruz (Santo Inácio de Loiola).

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Via Sacra da Misericórdia: 8ª-14ª Estações

Oitava Estação: Jesus fala às mulheres de Jerusalém

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas (Lc 23, 27-28): Seguiam Jesus uma grande multidão e algumas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que consolais as pessoas que se compadecem do vosso sofrimento, dai-nos a graça de nos sentir tocados pelas feridas da humanidade e de não fecharmos os olhos ao padecimento alheio, para sermos sempre fonte de consolação das tristezas e mágoas da vida.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Nona Estação: Jesus cai pela terceira vez

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Livro dos Salmos (Sl 69, 21): O insulto despedaçou-me o coração até desfalecer; esperei compaixão, mas foi em vão; alguém que me consolasse, mas não o encontrei.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que não vacilais nos passos de salvação da humanidade, dai-nos a graça de ser fonte de esperança e de libertação para aqueles que caem na tentação do erro, da mentira, da vida fácil, para sermos presença silenciosa e eloquente, aberta a possibilidades de vida nova que nos concedeis.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Décima Estação: Jesus é despojado das suas vestes

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Da Carta de São Paulo aos Filipenses (Fl 2, 5-8): Tende os mesmos sentimentos de Cristo Jesus. Ele, que era de condição divina, tomou a condição de servo. Tornando-Se semelhante aos homens, humilhou-Se a Si próprio e fez-Se obediente até à morte e morte de cruz.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que sois despojado das vossas vestes, dai-nos a graça de não voltar o rosto às pessoas que precisam de ser revestidas de dignidade humana e às que esqueceram a sua veste baptismal, para reencontrarem o caminho que conduz à verdade do ser e do existir em plenitude.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Décima Primeira Estação: Jesus é crucificado

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas (Lc 23, 33-34): Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram Jesus e os malfeitores, um à direita e o outro à esquerda. Jesus dizia: “Perdoai-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem”.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que viveis em contínuo dinamismo de perdão mesmo para aqueles que querem dar-vos a morte, dai-nos a graça de ser fonte de misericórdia para todos os que nos ofendem, injuriam e maltratam, para manifestarmos a grandeza e a vitória do vosso perdão, vertendo o ciclo do ódio e da vingança em amor e paz.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Décima Segunda Estação: Jesus morre na cruz

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Marcos (Mc 15, 39): Jesus, com um grande grito, expirou. O centurião, que estava em frente d’Ele, ao vê-l’O expirar daquela maneira, disse: “Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus”.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que entregais a vossa vida na cruz para nossa salvação, dai-nos a graça de ser como o grão de trigo que, ao cair à terra, morre para dar fruto de vida nova, para confiarmos na oração como força de construção de unidade e comunhão entre vivos e defuntos.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Décima Terceira Estação: Jesus é descido da cruz

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São João (Jo 19, 33-34): Os soldados, vendo que Jesus já estava morto, não Lhe quebraram as pernas. Mas um dos soldados abriu-Lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que derramais do vosso lado aberto as fontes da salvação, dai-nos a graça de ir ao encontro daqueles que desconhecem o vosso amor por nós, para sermos transparência da sabedoria que derramais sobre todos.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Décima Quarta Estação: Jesus é sepultado

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São João (Jo 19, 41-42): Pegaram no corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes. No horto havia um túmulo novo, onde ninguém tinha sido sepultado. Foi ali que puseram Jesus.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que sois sepultado num túmulo novo, dai-nos a graça de fazer memória dos nossos irmãos que já morreram e de fortalecer a esperança de que vivem em paz na vossa presença.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Salve Rainha…

Oração conclusiva

Senhor, nosso Deus, nós Vos louvamos e damos graças, porque nos enviastes Jesus, sinal da Vossa misericórdia. Ele exerceu a misericórdia, entregando a Sua vida. Foi por amor que Ele aceitou a paixão e morte de cruz. Fazei de nós continuadores das atitudes de Jesus, que cura, dá alento, vida abundante. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

– Bendigamos ao Senhor.

Graças a Deus.

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Via Sacra da Misericórdia: 1ª-7ª Estações

VIA SACRA

– Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Amen.

– A graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.

Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

Introdução

A hora de Jesus é a plena manifestação da misericórdia do Pai por toda a Humanidade. Para nós que caminhamos ainda no mundo é uma firme esperança: a misericórdia de Deus não nos abandona, visto que em Jesus, Palavra e Dom de Deus, o amor acompanha-nos desde sempre e permanecerá connosco até ao fim.

Vamos percorrer na fé o trajecto que Jesus fez desde o Pretório de Pôncio Pilatos até ao cimo do Calvário, onde Ele deu a vida pela salvação do mundo. Connosco está também a Virgem Santa Maria. Ela esteve no cimo do Gólgota. Mulher da dor, Mãe de misericórdia, ela inclina-se sobre os seus filhos, para ver os seus sofrimentos, para os confortar e reavivar a esperança.

Primeira Estação: Jesus é condenado à morte

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Mateus (Mt 27, 22-26): Pilatos disse: “Que fazemos de Jesus, chamado Cristo?” Todos responderam: “Seja crucificado!” Então libertou Barrabás e, depois de ter mandado flagelar Jesus, entregou- O aos soldados para que fosse crucificado.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que sois condenado à morte pelos nossos pecados, dai-nos a graça de estar atentos àqueles que carecem de pão, do alimento para a sua subsistência, para conservarem a dignidade da vida humana recebida e acolhida.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Segunda Estação: Jesus carrega a sua cruz

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Livro do profeta Isaías (Is 53, 4-5): Ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado. Foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que suportais o peso da cruz no vosso corpo, dai-nos a graça de suportar com paciência as fragilidades e o pecado de cada pessoa que connosco se cruza nos caminhos da vida, para manifestarmos a vitalidade da vossa misericórdia nas situações concretas do quotidiano.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Terceira Estação: Jesus cai pela primeira vez

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Marcos (Mc 14, 34): Jesus disse aos seus apóstolos: “A minha alma está triste até à morte. Ficai aqui e vigiai”.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que caís sob o desmesurado peso da cruz da humanidade, dai-nos a graça de viver numa atitude permanente e autêntica de correcção fraterna, para encaminharmos para vós todos os que percorrem vias errantes e pouco dignas da condição humana.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Quarta Estação: Jesus encontra sua mãe

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas (Lc 2, 34-35): Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição. Uma espada trespassará a tua alma”.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que encontrais vossa mãe no caminho da cruz e sentis o seu olhar terno, dai-nos a graça de partilhar os sofrimentos daqueles que nos acompanham na vida, sobretudo da nossa família, para sermos fonte de consolação e de amparo para aqueles que albergamos no nosso coração, no nosso lar.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Quinta Estação: Jesus é ajudado por Simão de Cirene a levar a cruz

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Marcos (Mc 15, 21-22): Para levar a cruz de Jesus, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo. E conduziram-n’O ao lugar do Gólgota.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que acolheis a ajuda para levar a cruz, dai-nos a graça viver disponíveis e atentos às dificuldades e carências que as pessoas mais próximas de nós sofrem, de modo particular os doentes, para nunca deixarmos que sucumbam sob o peso da vida, mas sintam através de nós a vossa salutar presença.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Sexta Estação: Jesus encontra Verónica

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Livro do profeta Isaías (Is 53, 2-3): Vimo-lo sem aspecto atraente, desprezado e abominado pelos homens, como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que manifestais a vossa face às pessoas que convosco fazem este caminho, dai-nos a graça de estar atentos à sede de vida abundante e de sentido dos nossos contemporâneos, para que jorremos a água viva que nos concedeis.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

Sétima Estação: Jesus cai pela segunda vez

– Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus misericordioso.

Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Do Livro do profeta Isaías (Is 50, 5-7): O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Aos que me batiam apresentei as costas e a face aos que me arrancavam a barba. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio.

Prece: Jesus, rosto de misericórdia do Pai, que não recusais a missão que vos foi confiada, dai-nos a graça de ser dóceis ao sopro do vosso Espírito, que nos auxilia nas palavras que devemos dizer e nas acções que devemos praticar, para aconselharmos segundo a vossa vontade aqueles que hesitam na vida e não sabem o rumo a tomar.

– Mãe de misericórdia, imprime no meu coração as chagas do Senhor.

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Anunciação do Senhor: 25 de Março

Anunciação do Senhor

Deus que no decorrer dos séculos, tinha encarregado os profetas de transmitir aos homens a sua palavra, ao chegar a plenitude dos tempos, determina enviar-lhes o seu próprio Filho, o seu Verbo, a Palavra feita Carne. 

Contudo, o Pai das misericórdias quis que a Incarnação fosse precedida da aceitação por parte daquela que Ele predestinara para Mãe, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida (cf. Lumen gentium, 56). No momento da Anunciação, através do Anjo Gabriel, Deus expõe portanto, a Maria os seus desígnios. E Maria, livre, consciente e generosamente, aceita a vontade do Senhor a seu respeito, realizando-se assim o mistério da Incarnação do Verbo. Nesse momento, com efeito, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade começa a sua existência humana. O filho de Deus faz-se Filho do Homem. O Deus Altíssimo torna-se o «Deus connosco. 

Ao celebrar este mistério, precisamente nove meses antes do Natal, a Solenidade da Anunciação orienta-nos já para o Nascimento de Cristo. Foi pelo sim de Maria que a Incarnação se realizou, a nova Aliança se estabeleceu e a Redenção do mundo pecador ficou assegurada.

Frases sobre a Anunciação do Anjo a Nossa Senhora

– Ouviste, ó Virgem, a voz do Anjo: “Conceberás e darás à luz um filho”. Ouviste-o dizer que não será por obra de varão, mas por obra do Espírito Santo. O Anjo aguarda a resposta (…). Todo o mundo, prostrado a teus pés, espera a tua resposta: da tua palavra depende a consolação dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua linhagem. Dá depressa, ó Virgem a tua resposta. Profere a tua palavra humana e concebe a divina. Porque demoras? Abre, ó Virgem santa, o coração à fé, os lábios ao consentimento, as entranhas ao Criador. “Eis a serva do Senhor – disse a Virgem – faça-se em mim segundo a tua palavra” – São Bernardo.

– O “Faça-se a tua vontade” em todo o seu conteúdo tem que ser o fio condutor de toda a vida cristã. Tem que regular o curso do dia, da manhã à noite, o passar dos anos e a vida inteira – Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein).

Oração

Pai, eis que venho para fazer a Tua vontade! Não deixes que me prenda nas circunstâncias adversas da vida, mas atrai sempre o meu olhar para o Alto, para esse lugar de onde a Tua graça jorra, para mim, abundantemente.  Não deixes que me perca buscando o caminho mais fácil, ou seguranças vazias de Ti, mas faz-me confiar totalmente no Teu desígnio de amor sobre mim e esperar sempre. Não deixes que nada me separe da Tua vontade, mas faz-me entrar cada vez mais no mistério de amor que me faz gozar alegria de não ser nada e a liberdade de Tu me poderes entregar na missão a que me destinastes. 

Pai, obrigado por me escolheres para manifestares a grandeza do Teu Amor. Eu estou nas tuas mãos, faz de mim o que quiseres. Minha Mãe, quero perder o meu sim no Teu. 

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3º Domingo da Quaresma – Ano C

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 13, 1-9)

Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam. Jesus respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito homens, que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante. Jesus disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’. Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano».

Reflexão 

Esta passagem do Evangelho de Lucas proclamada no 3º Domingo da Quaresma só se encontra neste evangelista. O texto começa com o relato feito por algumas pessoas que vieram dizer a Jesus “que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam”. Na época, sofrer desgraças como doença, pobreza ou morte prematura, era visto como castigo de Deus por a pessoa que sofreu a desgraça ser considerada pecadora. Na pergunta feita a Jesus pelos seus discípulos, sobre o homem cego de nascença, no Evangelho de João, vê-se reflectida esta mentalidade: “Os discípulos perguntaram: «Mestre, quem foi que pecou, para que ele nascesse cego? Foi ele ou os pais dele?»” (Jo 9, 2). Esta maneira de ver as coisas anula a gratuidade e a bondade misericordiosa de Deus, e os mais desgraçados e desfavorecidos são vistos como culpados do seu próprio sofrimento e destino.

Jesus está em total desacordo com tal interpretação e, ao que lhe contaram, acrescenta ele próprio o relato de um outro acidente em Jerusalém que matou dezoito pessoas: “E aqueles dezoito homens, que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu digo-vos que não”. Em ambos os casos, considerando o modo de pensar da generalidade das pessoas, levava à conclusão de que os restantes seriam justos, porque não tinham morrido nessa ocasião. Jesus, no entanto, adverte que, perante Deus, todos precisam de se arrepender e converter para saírem de uma vida que, se não mudar para se voltar para Deus, leva à morte. Jesus rejeita a crença tradicional de que as desgraças são um castigo de Deus. Jesus não pensa num Deus «justiceiro» que vai castigando os seus filhos repartindo aqui ou ali enfermidades, acidentes ou desgraças, como resposta aos seus pecados. Esses acontecimentos trágicos podem servir para que todos pensem na insegurança da vida, e na urgência de conversão, enquanto ainda há tempo!

Depois Jesus conta a parábola da figueira, talvez uma árvore com muitas folhas mas sem figos: “Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro”. Entram em cena na parábola o dono do pomar (o Pai) e o cultivador (Jesus, o Filho). Os “três anos” apontam para o ministério de Jesus. Aqueles “três anos” de cuidados parece que não foram suficientes para levar aquela figueira, que somos nós, a dar frutos. É-nos dado “ainda mais um ano” de graça para frutificar. Na parábola contada por Jesus, não é sobretudo a paciência de Deus que é acentuada, mas a urgência da nossa conversão. A parábola constitui, portanto, um fortíssimo apelo à conversão.

Palavra para o caminho

A figueira que o dono na parábola quer extirpar representa uma existência estéril, incapaz de doação, incapaz de fazer o bem. Apesar da esterilidade, que por vezes marca a nossa existência, Deus tem paciência e oferece-nos a possibilidade de mudar e de progredir no caminho do bem. Mas o prazo implorado e concedido à espera que a árvore finalmente frutifique, indica também a urgência da conversão.

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Caminhada quaresmal com Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) – 4

REZAR CADA DIA DA SEMANA COM SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ: 25-30 DE MARÇO

Segunda-feira, 25 de Março – Anunciação: aprender a obediência correcta

«Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo retirou-se de junto dela. (Lc 1, 38)

«A Virgem praticou esta perfeita obediência (a Deus), porque dizia que era a serva do Senhor e era mesmo, na verdade, colocando à disposição do Senhor todas as suas forças para servi-lo» (Edith Stein).

A obediência tem má reputação. Devo sempre ter um discernimento objectivo, porque tenho raramente um anjo na minha frente. Mas após o anjo ter deixado Maria, ela toma a iniciativa de ajudar sua prima mais velha. A verdadeira obediência dá o gosto da iniciativa, do pequeno «mais» ao serviço de Deus e do próximo …

Terça-feira, 26 de Março : um amor sem fronteiras

«Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque assim mo suplicaste; não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti?» (Mt 18, 32-33).

«O amor de Cristo não conhece nenhuma fronteira, não se apaga, nem tem medo do que é feio ou sujo. Veio por amor dos pecadores e não dos justos. E se o amor de Cristo vive em nós, fazemos como ele e vamos procurar a ovelha perdida» (Edith Stein).

Jesus coloca-nos diante de uma exigência divina às vezes impossível aos nossos olhos. Não nos iludamos: é o Espírito de Cristo, o Amor de Cristo em nós, que pode tornar-nos capazes de um amor sem limites.

Quarta-feira 27 de Março: a morada de Deus

«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição» (Mt 5, 17).

«No lugar do Templo de Salomão, Cristo construiu um templo de pedras vivas, a comunhão dos santos» (Edith Stein).

Toda a Palavra de Deus mostra que o Senhor está procurando um lugar onde o seu Espírito, o seu Amor, possa descansar (Gn 1). Do Templo de Jerusalém ao Coração de Jesus, que é o lugar perfeito onde o Espírito repousa. Unidos a Ele, formamos o Templo anunciado, a comunhão dos santos (Ap 21). N’Ele, connosco reunidos n’Ele, tudo está consumado.

Quinta-feira 28 de Março: responder a Deus

«Não fecheis/endureçais os vossos corações, como em Meriba, como no dia de Massa no deserto, onde os vossos pais me tentaram e provocaram» (Sl 94).

«Existe em cada ser humano um lugar livre de qualquer laço terrestre, um lugar que não vem dos outros e que não é determinado pelos outros. É lá que se encontra sozinho diante de Deus. É a interioridade da alma, o eu absolutamente individual e livre, o eu pessoal» (Edith Stein).

Estou diante de Deus e tenho que lhe dar uma resposta. Não só pela palavra, mas pelos meus actos. Tomo um pouco de tempo de solidão para me colocar diante d’Ele.

Sexta-feira 29 de Março: o mandamento do amor

«Não estás longe do Reino de Deus» (Mc 12,34).

«Todo o ensinamento de Jesus pode ser entendido como a interpretação dos mandamentos e preceitos da Lei no sentido do mandamento do amor» (Edith Stein).

O amor de Deus e o amor ao próximo são um só. Se vejo um amor duplo, tenho um problema de visão! Terei hoje a ideia de um acto concreto de amor ao meu próximo?

Sábado 30 de Março: sejamos lúcidos

«Meu Deus, dou-te graças por não ser como o resto dos homens» (Lucas 18,11).

«Há uma razão pela qual Deus só encontra o seu agrado no amor: todas as nossas obras e os nossos aplicados esforços apenas são, aos seus olhos, um puro zero. Não podemos lhe dar nada, ele não precisa de nada e não reclama nada. Só quer uma coisa: o amor» (Edith Stein).

Somos muitas vezes fariseus que querem servir a Deus… e daí obter alguma glória… Que nos seja permitido de servir, admirando cada vez mais o bem realizado pelos outros, grandes pecadores ou não…

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São José: 19 de Março (Dia do Pai)

HINO

– Servo fiel, humilde e silencioso, / São José faz das mãos a sua glória: / Mãos que trabalham, mãos que rezam, mãos unidas, / Em plena doação à vontade divina / E ao coração dos outros.

– As mãos de São José são mãos sagradas; / Nelas concentra a alma em oração, / E com elas defende e ampara o Deus-Menino / E com elas defende e ampara a Virgem-Mãe, / Por desígnio de Deus.

– Servo fiel, humilde e silencioso, / Mártir da solidão em longo exílio, / São José nos ensina a caminhar na vida, / A edificar na fé a paz dos nossos lares / E a renovar o mundo.

FRASES SOBRE SÃO JOSÉ

– São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo (São João Paulo II).

– O exemplo de São José é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência nos destinou (Bento XVI).

– A outros Santos parece ter dado o Senhor graça para socorrer numa determinada necessidade. Ao glorioso São José tenho experiência de que socorre em todas (Santa Teresa de Jesus).

– S. José é «guardião», porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas (Papa Francisco).

– São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor (Papa Francisco).

– Não sei verdadeiramente como se deve pensar na Rainha dos Anjos no tempo em que tanto se angustiou com o Menino Jesus sem dar graças a São José pelo auxílio que lhe prestou (Santa Teresa de Jesus).

PRECES

Invoquemos humildemente a Deus, fonte de toda a paternidade nos céus e na terra, dizendo: Pai nosso que estais nos Céus, ouvi-nos.

– Pai santo, que revelastes ao justo José o mistério de Cristo, oculto desde toda a eternidade, fazei-nos conhecer melhor o vosso Filho, Deus e homem. Pai nosso que estais nos Céus, ouvi-nos.

– Pai celeste, que alimentais as aves do céu e vestis a erva dos campos, dai a todos os homens o pão do corpo e da alma. Pai nosso que estais nos Céus, ouvi-nos.

– Criador de todas as coisas, que nos confiastes a obra das vossas mãos, fazei que os trabalhadores gozem dignamente o fruto do seu trabalho. Pai nosso que estais nos Céus, ouvi-nos.

– Deus de toda a justiça, que amais os homens justos, concedei-nos, por intercessão de São José, a graça de Vos agradarmos em todas as coisas. Pai nosso que estais nos Céus, ouvi-nos.

– Senhor, neste “Dia do Pai” lembra-te de todos os pais. A sua missão imprescindível, está rodeada de muitas incertezas. Levantam-se grandes tempestades à missão que lhes confiaste e precisam da tua ajuda. Ampara cada pai, aproxima os pais dos filhos e os filhos dos pais. Que o amor não permita que nenhum pai seja abandonado mesmo na velhice e que o mesmo amor faça permanecer os pais junto dos filhos como garantes da tua presença ao longo de toda a vida. Pai nosso que estais nos Céus, ouvi-nos.

– Concedei propício a vossa misericórdia aos moribundos e aos defuntos, por meio de vosso Filho, com Maria sua Mãe e São José. Pai nosso que estais nos Céus, ouvi-nos.

ORAÇÃO CONCLUSIVA

Deus todo-poderoso, que na aurora dos novos tempos confiastes a São José a guarda dos mistérios da salvação dos homens, concedei à vossa Igreja, por sua intercessão, a graça de os conservar fielmente e de os realizar plenamente. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

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Via Sacra: 8ª-14ª Estações

8ª ESTAÇÃO – Jesus é despojado das suas vestes

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São João (19, 23) – Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na roupa d’Ele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica.

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor, nosso Deus, colocamos diante dos vossos olhos a multidão imensa dos homens e mulheres que sofrem a tortura, dos corpos maltratados. Nós Vos suplicamos, acolhei o seu gemido. O mal deixa-nos sem voz nem ajuda. Mas Vós sabeis o que nós não sabemos. Sabeis encontrar uma saída no caos e na escuridão do mal. Sabeis fazer brilhar, já na Paixão do vosso Filho predilecto, a vida da ressurreição. Aumentai em nós a fé! E com as palavras que nos ensinaste, pedimos: «Livrai-nos do mal»!

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

9ª – ESTAÇÃO – Jesus é crucificado

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas (23, 33-34) – Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-No a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem».

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor, nosso Deus, acolhei o nosso louvor silencioso. Como os reis que ficam boquiabertos diante da obra do Servo revelada pela profecia de Isaías (cf. 52, 15), assim permanecemos estupefactos diante do Cordeiro imolado pela vida nossa e do mundo; e confessamos que, pelas vossas chagas, fomos curados. «Como retribuirei ao Senhor todos os seus benefícios para comigo? (…) Hei-de oferecer-Vos sacrifícios de louvor invocando, Senhor, o vosso nome» (Sal 116, 12.17).

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

10ª – ESTAÇÃO – Jesus é escarnecido na cruz

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas (23, 35-39) – Os chefes zombavam, dizendo: «Salvou os outros; salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito». Os soldados também troçavam d’Ele. Aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo!» E por cima d’Ele havia uma inscrição: «Este é o rei dos judeus». Ora, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor, nosso Deus, quem nos livrará das ciladas do poder segundo o mundo? Quem nos livrará da tirania das mentiras, que nos fazem exaltar os poderosos e, por nossa vez, correr atrás das falsas glórias?

Só Vós podeis converter os nossos corações. Só Vós podeis fazer-nos amar os caminhos da humildade. Só Vós…, que nos revelais que não há vitória senão no amor, e tudo o resto não passa de palha que o vento leva, miragem que desaparece face à vossa verdade.

Nós Vos pedimos, Senhor: dissipai as mentiras que aspiram a reinar nos nossos corações e no mundo. Fazei-nos viver segundo os vossos caminhos, para que o mundo reconheça o poder da Cruz.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

11ª – ESTAÇÃO – Jesus e sua Mãe

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São João (19, 25-27) – Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua Mãe e a irmã de sua Mãe, Maria, a mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua Mãe e o discípulo que Ele amava, disse à Mãe: «Mulher, eis o teu filho!» Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-A como sua.

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Maria, sustentai em nós a fé nas horas tenebrosas, ensinai-nos a esperança contra toda a esperança. Guardai a Igreja inteira numa vigilância fiel, como foi a vossa fidelidade, humildemente dócil aos desígnios de Deus, que nos atraem para onde não pensaríamos em ir; que nos associam, para além de todas as previsões, à obra da salvação.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

12ª – ESTAÇÃO – Jesus morre na cruz

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São João (19, 28-30.33-35) – Jesus disse: «Tenho sede!» Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissope, chegaram-Lha à boca. Quando tomou o vinagre, Jesus disse: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. (…) Ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas. Porém um dos soldados traspassou-Lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água. Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também.

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor Jesus, renovai em nós a alegria do nosso Baptismo. Contemplando a água e o sangue que escorrem do vosso peito, ensinai-nos a reconhecer de que fonte é gerada a nossa vida, de que amor está edificada a vossa Igreja, para que esperança nos escolhestes e enviastes a partilhar com o mundo.

Da chaga de Cristo jorra a fonte de vida que lava todo o universo. Que o nosso Baptismo seja para nós a única glória, numa acção de graças cheia de admiração.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

13ª – ESTAÇÃO – Jesus é descido da cruz

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas (23, 53) – José de Arimateia, descendo-O da cruz, envolveu-O num lençol e depositou-O num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Não choreis mais, Maria! O vosso filho, nosso Senhor, adormeceu na paz. E o Pai d’Ele, na glória, abre as portas da vida! Alegrai-Vos, Maria! Jesus ressuscitado venceu a morte!

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

14ª – ESTAÇÃO – Jesus no sepulcro e as mulheres

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas (23, 55-56) – As mulheres que tinham vindo com Ele da Galileia acompanharam José, observaram o túmulo e viram como o corpo de Jesus fora depositado. Ao regressar, prepararam aromas e perfumes; e, durante o sábado, observaram o descanso, conforme o preceito (23, 55-56).

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor, nosso Deus, dignai-vos abençoar todos os gestos das mulheres que honram, neste mundo, a fragilidade dos corpos que elas envolvem de doçura e consideração.

E a nós, que vos acompanhamos ao longo deste caminho de amor até ao fim, dignai-vos guardar-nos, com as mulheres do Evangelho, na oração e na esperança que sabemos correspondidas pela ressurreição de Jesus, que a vossa Igreja se prepara para celebrar no júbilo da Noite Pascal.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

ORAÇÃO CONCLUSIVA

Infundi, Senhor, a vossa graça, em nossas almas, para que nós, que, pela anunciação do Anjo, conhecemos a encarnação de Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte na cruz, sejamos conduzidos à glória da Ressurreição. Pelo mesmo Cristo Senhor nosso. Amen.

Vamos em paz e o Senhor nos acompanhe.

Graças a Deus.

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Via Sacra: 1ª-7ª Estações

VIA SACRA

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amen.

A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja connosco.

Bendito seja Deus que nos reuniu no Amor de Cristo.

HINO

O estandarte da Cruz proclama ao mundo / A morte de Jesus e a sua glória, / Porque o autor de todo o universo / Contemplamos suspenso do madeiro.

Com um golpe de lança trespassado, / Ficou aberto o Coração de Cristo, / Manando sangue e água como rio, / Para lavar os crimes deste mundo.

Ó árvore fecunda e refulgente, / Ornada com a túnica real, / Sois tálamo, sois trono e sois altar, / Para o corpo chagado e glorioso.

Ó Cruz bendita, só tu nos abriste / Os braços de Jesus, o Redentor, / Balança de resgate que arrancaste / Nossas almas das mãos do inimigo.

Cruz do Senhor, és única esperança, / No tempo da tristeza e da Paixão. / Aumenta nos cristãos a luz da fé, / Sê para os homens o sinal da paz.

1ª – ESTAÇÃO – Jesus é condenado à morte

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Marcos (14, 64-65)- E todos sentenciavam que Ele era réu de morte. Depois, alguns começaram a cuspir-Lhe, a cobrir-Lhe o rosto com um véu e, batendo-Lhe, a dizer: «Profetiza!» E os guardas davam-Lhe bofetadas.

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor Jesus, que viestes visitar-nos, passando entre nós a fazer o bem, trazendo de volta à vida aqueles que habitam na sombra da morte, Vós conheceis os nossos corações tortuosos. Afirmamos ser amigos do bem e de querer a vida, mas somos pecadores e cúmplices da morte. Proclamamo-nos vossos discípulos, mas tomamos estradas que se perdem longe dos vossos pensamentos, longe da vossa justiça e da vossa misericórdia. Não nos abandoneis às nossas violências. Que não se esgote a vossa paciência para connosco. Livrai-nos do mal!

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

2ª – ESTAÇÃO – Jesus é renegado por Pedro

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas (22, 59-62) – Cerca de uma hora mais tarde, um outro afirmou com insistência: «Com certeza este estava com Ele; além disso, é galileu». Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes». E, no mesmo instante, estando ele ainda a falar, cantou um galo. Voltando-Se, o Senhor fixou os olhos em Pedro; e Pedro recordou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse: «Hoje, antes de o galo cantar, irás negar-Me três vezes». E, vindo para fora, chorou amargamente.

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor, nosso Deus, quisestes que fosse Pedro, o discípulo renegado e perdoado, a receber o encargo de guiar o vosso rebanho. Imprimi nos nossos corações a confiança e a alegria de saber que, em Vós, podemos atravessar os precipícios do medo e da infidelidade.

Fazei que, instruídos por Pedro, todos os vossos discípulos sejam as testemunhas do olhar que Vós pousais sobre as nossas quedas. Que jamais as nossas durezas ou os nossos desesperos tornem vã a Ressurreição do vosso Filho!

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

3ª – ESTAÇÃO – Jesus e Pilatos

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Marcos (15, 1.3.15) – Logo de manhã, os sumos sacerdotes reuniram-se em conselho com os anciãos e os doutores da Lei e todo o Sinédrio; e, tendo manietado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos. (…) os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas. (…) Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-O para ser crucificado.

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor, nosso Deus, diante de Jesus entregue e condenado, nada mais sabemos fazer que desculpar-nos e acusar os outros. Durante muito tempo nós, cristãos, atribuímos a Israel, vosso povo, o peso da vossa condenação à morte. Durante muito tempo, ignoramos que devíamos reconhecer-nos todos cúmplices no pecado, para sermos todos salvos pelo sangue de Jesus crucificado. Concedei-nos a graça de reconhecer, no vosso Filho, o Inocente, o único em toda a história.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

4ª – ESTAÇÃO – Jesus, rei da glória

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Marcos (15, 16-18) – Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é, para o pretório, e convocaram toda a corte. Revestiram-no de um manto de púrpura e puseram-Lhe uma coroa de espinhos, que tinham entretecido. Depois começaram a saudá-lo: «Salve! Ó Rei dos judeus!».

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor, nosso Deus, nós Vos pedimos, derrubai os ídolos existentes em nós e no nosso mundo. Vós conheceis o seu poder sobre as nossas mentes e os nossos corações. Derrubai em nós as imagens que sempre reaparecem de um Deus à medida dos nossos pensamentos, um Deus distante. Fazei que entremos na alegria eterna, que nos faz aclamar, em Jesus vestido de púrpura e coroado de espinhos, o rei da glória.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

5ª – ESTAÇÃO – Jesus carrega a cruz

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Livro das Lamentações (1, 12) – Ó vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede se existe dor igual à dor que me atormenta, pois o Senhor feriu-me no dia da sua ardente cólera.

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor, nosso Deus, Vós desceis nas profundezas da nossa noite, sem pôr limites à vossa humilhação, porque é nela que alcançais a terra, frequentemente ingrata, por vezes devastada, das nossas vidas.

Nós Vos suplicamos, concedei vossa Igreja a graça de levar, a todos aqueles que caem, a boa-nova do Evangelho: não há queda que possa subtrair-se à vossa misericórdia; não há perda, nem abismo de tal forma profundo onde Vós não possais reencontrar quem se extraviou.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

6ª – ESTAÇÃO – Jesus e Simão de Cireneu

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas (23, 26) – Quando O iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cireneu, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz atrás de Jesus.

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor, nosso Deus, revelastes-nos que, em cada pobre que está nu, preso, sedento, sois Vós que nos apareceis, e sois Vós que nós acolhemos, visitamos, vestimos, dessedentamos: «Era peregrino e recolhestes-Me, estava nu e destes-Me que vestir, adoeci e visitastes-Me, estive na prisão e fostes ter comigo» (Mt 25, 35-36).

Nós Vos apresentamos, como uma oferta santa, todos os gestos de bondade, hospitalidade e dedicação que dia a dia são feitos neste mundo. Dignai-Vos reconhecê-los como a verdade da nossa humanidade, que fala mais alto que todos os gestos de rejeição e de ódio. Dignai-Vos abençoar os homens e as mulheres de compaixão que Vos dão glória, mesmo que não saibam ainda pronunciar o vosso nome.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

7ª ESTAÇÃO – Jesus e as filhas de Jerusalém

Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas (23, 27-28.31) – Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos. (…) Porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?».

Momento de meditação silenciosa.

Oração: Senhor, nosso Deus, Deus de ternura e de compaixão, Deus cheio de amor e fidelidade, ensinai-nos, nos nossos dias felizes, a não desprezar as lágrimas dos pobres que clamam por Vós e que nos pedem ajuda. Ensinai-nos a não passar indiferentes junto deles. Ensinai-nos a ter a coragem de chorar com eles. Ensinai-nos também, na noite dos nossos sofrimentos, das nossas solidões e das nossas decepções, a ouvir a palavra de graça que Vós nos revelastes na montanha: «Felizes os que choram, porque serão consolados» (Mt 5, 4).

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Santa Maria, imprimi no meu peito as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

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2º Domingo da Quaresma – Ano C

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 9, 28b-36)

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar. Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, que, tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Não sabia o que estava a dizer. Enquanto assim falava, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem. Da nuvem saiu uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O». Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.

Reflexão

A Transfiguração realiza-se num momento singular da missão de Cristo, isto é, depois de confiar aos discípulos que deveria sofrer, morrer e ressuscitar no terceiro dia. Jesus sabe que eles não aceitam essa realidade e, por isso, quer prepará-los para suportar o escândalo da Paixão e da morte na Cruz, porque sabe que esse é o caminho por meio do qual o Pai celeste levará à Glória o seu Filho eleito: ressuscitando-o dos mortos. Na Transfiguração Jesus concedeu aos discípulos Pedro, Tiago e João experimentar a glória da Ressurreição: um pedaço do céu na terra.

Esse caminho também será o caminho dos discípulos: ninguém alcança a vida eterna senão seguindo Jesus, carregando a própria cruz na vida terrena.

A Transfiguração de Cristo mostra-nos a perspectiva cristã do sofrimento: não é sadomasoquismo, é uma passagem necessária, mas transitória. O ponto de chegada ao qual somos chamados é luminoso como o rosto de Cristo transfigurado: n’Ele está a salvação, a bem-aventurança, a luz, o amor de Deus sem limites.

Mostrado a sua glória, Jesus garante-nos que a cruz, as provações, as dificuldades nas quais nos debatemos têm a sua solução e a sua superação na sua Páscoa.

Aplicando a nós próprios o que o texto diz, podemos deduzir que todos precisamos de subir ao monte Tabor para sermos transfigurados, para depois descermos para “lavar os pés” dos outros! Todos nós, seja qual for a nossa vocação, precisamos de momentos de oração profunda, de união especial com Deus para aprofundarmos a nossa fé e o nosso seguimento de Jesus, para que possamos seguir o exemplo d’Aquele que lavou os pés dos discípulos: “Ora, se eu o Senhor e o Mestre vos lavei os pés, também vós vos deveis lavar os pés uns dos outros” (Jo 13, 14).

Para os momentos de dúvida, dificuldade e de dor, e para vencer os nossos “Calvários”o texto apresenta-nos a melhor solução possível, através da voz que saiu da nuvem: “Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O”. Façamos isso, e venceremos os nossos “Calvários”!

Palavra para o caminho

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo nosso Senhor. Depois de anunciar aos discípulos a sua morte, manifestou-lhes no monte santo o esplendor da sua glória, para mostrar, com o testemunho da Lei e dos Profetas, que pela sua paixão alcançaria a glória da ressurreição. Por isso, com os Anjos e os Santos do Céu, proclamamos na terra a vossa glória, cantando numa só voz: Santo, Santo, Santo… (Prefácio, Transfiguração do Senhor, II Domingo da Quaresma).

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