A paciência, ciência da paz

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A paciência é uma “paz-ciência”. A “paz-ciência” não se contenta com tratados de reconciliação nem com tréguas. Vai muito mais longe, pensa que tudo tem a sua hora e, ainda que não goze a paz, sabe vê-la no horizonte. A ciência da paz deve começar no momento do desencontro. A ciência da paz é a paciência. A paciência tem horizontes largos e é própria dos fortes.

Vasco P. Magalhães, s.j.

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Sim

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O caminho de Maria rumo ao Céu começou com aquele «sim» pronunciado em Nazaré, como resposta ao Mensageiro celeste que lhe anunciava a vontade de Deus em relação a ela. Na realidade, é exactamente assim: cada «sim» a Deus é um passo rumo ao Céu, à vida eterna. Porque é isto que o Senhor deseja: que todos os seus filhos tenham vida em abundância! Deus quer-nos todos consigo, na sua casa!

Papa Francisco

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Para viver com sabedoria

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A vida é longa e é tão cheia de tribulações que para suportá-las com perfeição sempre é preciso considerar como as assimilaram Cristo, nosso modelo, os seus Apóstolos e os Santos.

Santa Teresa de Jesus

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27º Domingo do Tempo Comum – Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 17, 5-10)

Naquele tempo, os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé.» O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: ‘Arranca-te daí e planta-te no mar’, e ela havia de obedecer-vos.»

«Qual de vós, tendo um servo a lavrar ou a apascentar gado, lhe dirá, quando ele regressar do campo: ‘Vem cá depressa e senta-te à mesa’? Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, enquanto eu como e bebo; depois, comerás e beberás tu’? Deve estar grato ao servo por ter feito o que lhe mandou? Assim, também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.’»

Senhor, aumenta a nossa fé (Lc 17, 5)

Senhor, aumenta a nossa fé, e ensina-nos que a fé não consiste em acreditar em algo mas sim em acreditar em Ti, Filho encarnado de Deus, para nos abrirmos ao Teu Espírito, deixar-nos alcançar pela tua Palavra, aprender a viver com o Teu estilo de vida e a seguir de perto os Teus passos. Só Tu és quem «inicia e consuma a nossa fé».

Senhor, aumenta a nossa fé, e dá-nos uma fé centrada no essencial, purificada de adesões e acrescentos postiços, que nos afastam do núcleo do Teu Evangelho. Faz-nos viver uma relação mais vital contigo, sabendo que Tu, nosso Mestre e Senhor, és o primeiro, o melhor, o mais valioso e atractivo que temos na Igreja.

Senhor, aumenta a nossa fé, e ajuda-nos a vivê-la humildemente com paixão por Deus e compaixão pelo ser humano. Ensina-nos a viver convertendo-nos a uma vida mais evangélica, sem nos resignarmos a um cristianismo rebaixado onde o sal se vai tornando insonso e onde a Igreja vai perdendo estranhamente a sua qualidade de fermento. Desperta entre nós a fé das testemunhas e dos profetas. Ensina-nos a descobrir que a fé não consiste em acreditar no Deus que nos convém mas naquele que fortalece a nossa responsabilidade e desenvolve a nossa capacidade de amar. Ensina-nos a seguir-te tomando a nossa cruz cada dia.

Senhor, aumenta a nossa fé, e que te experimentemos ressuscitado no meio de nós renovando as nossas vidas e alentando as nossas comunidades.

Palavra para o caminho

Se levar a sério a procura de Deus, então, sem dúvida nenhuma encontrará um caminho (Santa Teresa Benedicta da Cruz – Edith Stein).

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Santa Teresa do Menino Jesus: viver e morrer de amor

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«Gostaria de vos falar hoje de Santa Teresa de Lisieux. Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, que viveu neste mundo só 24 anos, no final do século XIX, levando uma vida muito simples e no escondimento, mas que, depois da morte e da publicação dos seus escritos, se tornou uma das santas mais conhecidas e amadas.

A “pequena Teresa” nunca deixou de ajudar as almas mais simples, os pequeninos, os pobres e os sofredores que lhe rezam, mas iluminou também toda a Igreja com a sua profunda doutrina espiritual, a ponto que o Venerável [Santo] papa João Paulo II, em 1997, quis atribuir-lhe o título de Doutora da Igreja, além do de Padroeira das Missões, que já lhe tinha sido atribuído por Pio XI em 1927.

O meu amado predecessor definiu-a “perita da scientia amoris”. Esta ciência, que vê resplandecer no amor toda a verdade da fé, Teresa expressa-a principalmente na narração da sua vida, publicada um ano depois da sua morte com o título de “História de uma alma”. Trata-se de um livro que teve imediatamente um grande sucesso, foi traduzido em muitas línguas e difundido em todo o mundo. Gostaria de vos convidar a redescobrir este pequeno-grande tesouro, este comentário luminoso ao Evangelho plenamente vivido!

De facto, a “História de uma alma” é uma história maravilhosa de amor, narrada com tanta autenticidade, simplicidade e vigor, que o leitor não pode deixar de se admirar! Mas qual é este amor que encheu toda a vida de Teresa, desde a infância até à morte? Queridos amigos, este amor tem um rosto, tem um nome, é Jesus! A santa fala continuamente de Jesus. Repercorramos então as grandes etapas da sua vida, para entrar no coração da sua doutrina.

Teresa nasceu a 2 de janeiro de 1873 em Alençon, uma cidade da Normandia, na França. É a última filha de Luís e Zélia Martin, esposos e pais exemplares, beatificados juntamente a 19 de outubro de 2008. Tiveram nove filhos; quatro morreram em tenra idade. Permaneceram as cinco filhas, que se tornaram todas religiosas. Teresa, com 4 anos, ficou profundamente abalada com a morte da mãe. Então, o pai transferiu-se com as filhas para a cidade de Lisieux, onde se desenvolverá toda a vida da santa. Mais tarde Teresa, atingida por uma grave doença nervosa, sarou por graça divina, que ela própria define o “sorriso de Nossa Senhora”. Recebeu depois a Primeira Comunhão, intensamente vivida, e pôs Jesus Eucaristia no centro da sua existência.

A “Graça do Natal” de 1886 assinala a grande mudança, por ela chamada a sua “total conversão”. De facto, ficou totalmente curada da sua hipersensibilidade infantil e começou uma “corrida de gigante”. Aos 14 anos Teresa aproxima-se cada vez mais, com grande fé, de Jesus crucificado, e começa a ocupar-se de um criminoso, aparentemente desesperado, condenado à morte e impenitente. “Quis impedir-lhe de todas as formas de cair no inferno”, escreve a santa, com a certeza de que a sua oração o teria posto em contacto com o Sangue redentor de Jesus. É a sua primeira experiência fundamental de maternidade espiritual: “Eu tinha tanta confiança na misericórdia infinita de Jesus”, escreve. Com Maria Santíssima, a jovem Teresa ama, crê e espera com “um coração de mãe”.

Em novembro de 1887, Teresa vai em peregrinação a Roma juntamente com o pai e a irmã Celina. Para ela, o momento culminante é a audiência do Papa Leão XIII, ao qual pede a autorização para entrar, apenas com 15 anos, no Carmelo de Lisieux. Um ano depois, o seu desejo realiza-se: torna-se carmelita, “para salvar as almas e rezar pelos sacerdotes”.

Contemporaneamente, começa também a dolorosa e humilhante doença mental do seu pai. É um grande sofrimento que leva Teresa à contemplação da Face de Jesus na sua Paixão. Assim, o seu nome de religiosa – irmã Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face – expressa o programa de toda a sua vida, em comunhão com os mistérios centrais da encarnação e da redenção.

A sua profissão religiosa, na festa da Natividade de Maria, a 8 de setembro de 1890, é para ela um verdadeiro matrimónio espiritual na “pequenez” evangélica, caracterizada pelo símbolo da flor (…). No mesmo dia, a santa escreve uma oração que indica toda a orientação da sua vida: pede a Jesus o dom do seu amor infinito, para ser a mais pequena, e sobretudo pede a salvação de todos os homens: “Que nenhuma alma seja danada hoje”. De grande importância é a sua Oferta ao Amor Misericordioso, feita na festa da Santíssima Trindade de 1895: uma oferenda que Teresa partilha imediatamente com as suas irmãs de hábito, sendo já vice-mestra das noviças.

Dez anos depois da “Graça de Natal”, em 1896, vem a “Graça de Páscoa” que abre a última fase da vida de Teresa com o início da sua paixão em profunda união com a paixão de Jesus; trata-se da paixão do corpo, com a doença que a levará à morte através de grandes sofrimentos, mas sobretudo trata-se da paixão da alma, com uma dolorosíssima prova da fé. Com Maria ao lado da cruz de Jesus, Teresa vive então a fé mais heroica, como luz nas trevas que lhe invadem a alma.

A carmelita tem a consciência de viver esta grande prova para a salvação de todos os ateus do mundo moderno, por ela chamados “irmãos”. Vive então ainda mais intensamente o amor fraterno: para com as irmãs da sua comunidade, para com os seus dois irmãos espirituais missionários, para com os sacerdotes e todos os homens, sobretudo os mais distantes. Torna-se deveras uma “irmã universal”! A sua caridade amável e sorridente é a expressão da alegria profunda da qual nos revela o segredo: “Jesus, a minha alegria é amar-te”. Neste contexto de sofrimento, vivendo o maior amor nas mais pequenas coisas da vida quotidiana, a santa realiza a sua vocação de ser o amor no coração da Igreja.

Teresa faleceu na noite de 30 de setembro de 1897, pronunciando as simples palavras “Meu Deus, amo-te!”, olhando para o crucifixo que estreitava nas suas mãos. Estas últimas palavras da santa são a chave de toda a sua doutrina, da sua interpretação do Evangelho. O ato de amor, expresso no seu último suspiro, era como que o contínuo respiro da sua alma, como o pulsar do seu coração. As simples palavras “Jesus, amo-te” estão no centro de todos os seus escritos. (…)

Queridos amigos, também nós com Santa Teresa do Menino Jesus deveríamos poder repetir todos os dias ao Senhor que queremos viver de amor a Ele e aos outros, aprender na escola dos santos a amar de modo autêntico e total. Teresa é um dos “pequeninos” do Evangelho que se deixam conduzir por Deus às profundezas do seu mistério. Uma guia para todos, sobretudo para aqueles que, no Povo de Deus, desempenham o ministério de teólogos.

Com a humildade e a caridade, a fé e a esperança, Teresa entra continuamente no coração da Sagrada Escritura que encerra o mistério de Cristo. E esta leitura da Bíblia, alimentada pela ciência do amor, não se opõe à ciência académica. De facto, a ciência dos santos, da qual ela mesma fala na última página da “História de uma alma”, é a ciência mais nobre (…).

Inseparável do Evangelho, a Eucaristia é para Teresa o sacramento do amor divino que se abaixa ao extremo para se elevar até Ele. Na sua última “Carta”, sobre uma imagem que representa o Menino Jesus na Hóstia consagrada, a santa escreve estas palavras simples: “Não posso temer um Deus que para mim se fez tão pequenino! (…) Eu amo-o! De facto, Ele mais não é do que amor e misericórdia!”

No Evangelho, Teresa descobre sobretudo a misericórdia de Jesus (…). Assim se expressa também nas últimas linhas da “História de uma alma”: ‘Um só olhar ao Santo Evangelho, imediatamente respiro os perfumes da vida de Jesus e sei para onde correr… Não é para o primeiro lugar, mas para o último que me oriento… Sim, sinto-o, mesmo se tivesse na consciência todos os pecados que se podem cometer, iria, com o coração despedaçado pelo arrependimento, lançar-me entre os braços de Jesus, porque sei quanto ama o filho pródigo que volta a Ele’.

“Confiança e amor” são, portanto, o ponto final da narração da sua vida, duas palavras que como faróis iluminaram todo o seu caminho de santidade, para poder guiar os outros pela sua mesma “pequena via de confiança e de amor” da infância espiritual. Confiança como a do menino que se abandona nas mãos de Deus, inseparável do compromisso forte e radical do verdadeiro amor, que é dom total de si, para sempre, como diz a santa contemplando Maria: “Amar é dar tudo, e dar-se a si mesmo”.

Assim Teresa indica a todos nós que a vida cristã consiste em viver plenamente a graça do Batismo na doação total de si ao amor do Pai, para viver como Cristo, no fogo do Espírito Santo, o seu mesmo amor por todos os outros.»

Bento XVI

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Santa Teresinha do Menino Jesus (1 de Outubro) – 27º Domingo do Tempo Comum – Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 17, 5-10)

Naquele tempo, os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé.» O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: ‘Arranca-te daí e planta-te no mar’, e ela havia de obedecer-vos.»

«Qual de vós, tendo um servo a lavrar ou a apascentar gado, lhe dirá, quando ele regressar do campo: ‘Vem cá depressa e senta-te à mesa’? Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, enquanto eu como e bebo; depois, comerás e beberás tu’? Deve estar grato ao servo por ter feito o que lhe mandou? Assim, também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.’»

Senhor, aumenta a nossa fé (Lc 17, 5)

No dia 1 de Outubro celebra-se a Festa de Santa Teresinha do Menino Jesus, falecida no Carmelo de Lisieux, França, em 1897, aos 24 anos de idade. O Evangelho do 27º Domingo do Tempo Comum – Ano C,  pode fazer ponte com a vida de Santa Teresinha, sobretudo a partir da afirmação evangélica “Senhor, aumenta a nossa fé” (Lc 7, 5).

Na sua vida surpreende sobremaneira a experiência de solidariedade com os incrédulos. Nos dias da sua vida o ateísmo começava a estender-se pela Europa, por isso brilha mais o seu amor aos pecadores e a sua compaixão pelos não crentes que a levou a desejar sentar-se à mesa dos pecadores e partilhar com eles as suas dores. Aos pecadores chamava “meus irmãos” e com eles compartilhou o último ano e meio da sua vida vivendo-o imersa em profunda noite escura, aceitando permanecer em solidão e orando por eles. Esta dura experiência espiritual aproximou-a da compreensão do mundo das almas sem fé.

A seu tempo Teresinha tornou-se solidária de maneira misteriosa com os pecadores. Dizia ela: «Eu gozava de uma fé tão clara, que um só pensamento sobre o céu era para mim toda a felicidade. Eu não podia imaginar nem tal ideia cabia na minha cabeça que pudessem existir incrédulos. Jesus fez-me compreender que existem de facto almas sem fé, e permitiu que a minha alma se visse envolvida de trevas densas. Senhor, a tua filha pede-te perdão para seus irmãos. Ela resigna-se a comer, durante um tempo que queiras decidir, o pão da dor, e não quererá levantar-se dessa mesa cheia de amargura. Parece-me que as trevas se riem de mim e me dizem: ‘– Sonhas com a luz! Sonhas com a posse eterna do Criador! Acreditas poder um dia sair das brumas que te rodeiam! Caminha em frente! Caminha em frente! Saboreia o que a morte te dará, e não aquilo que tu esperas, sim, saboreia uma noite ainda mais profunda, a noite do nada.’
A imagem que eu quero dar das trevas que inundam a minha alma é tão imperfeita como imperfeito é o bosquejo comparado com o modelo. Porém, não quero dizer mais nada pois temo blasfemar.» Santa Teresinha do Menino Jesus, intercede por todos os incrédulos e pecadores. Senhor, aumenta a nossa fé (Lc 7, 5)

Palavra para o caminho

Se levar a sério a procura de Deus, então, sem dúvida nenhuma, encontrará um caminho (Santa Teresa Benedita da CruzEdith Stein).

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Na sua assunção, Maria mostra-nos a finalidade da nossa vida

assumption_bvmA nossa existência, vista à luz de Maria elevada ao Céu, não é um perambular sem sentido, mas uma peregrinação que, apesar de todas as suas incertezas e sofrimentos, tem uma meta segura: a casa do nosso Pai, que nos espera com amor. É bom pensar nisto: nós temos um Pai que nos espera com amor, e também a nossa Mãe Maria está lá em cima e nos aguarda com amor.

Papa Francisco

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Orai em todas as ocasiões (Ef 6, 18)

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O Condestável D. Nuno Álvares Pereira sempre orava antes das batalhas. A quem lhe gritou em alerta: «Nada de orações ou morremos todos!», respondeu calmamente o «forte Nuno»: «Amigo, ainda não é a hora! Aguardai um pouco e acabarei de orar».

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Senhor, aumenta a nossa fé

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Senhor, aumenta a nossa fé. Ensina-nos que a fé não consiste em acreditar em algo mas sim em acreditar em ti, Filho encarnado de Deus, para nos abrirmos ao Teu Espírito, deixar-nos alcançar pela tua Palavra, aprender a viver com o Teu estilo de vida e a seguir de perto os Teus passos. Só tu és quem «inicia e consuma a nossa fé».

Senhor, aumenta a nossa fé. Dá-nos uma fé centrada no essencial, purificada de adesões e acrescentos postiços, que nos afastam do núcleo do Teu Evangelho. Ensina-nos a viver nestes tempos uma fé, não fundada em apoios externos, mas na Tua presença viva nos nossos corações e nas nossas comunidades crentes.

Senhor, aumenta a nossa fé. Faz-nos viver uma relação mais vital contigo, sabendo que Tu, nosso Mestre e Senhor, és o primeiro, o melhor, o mais valioso e atractivo que temos na Igreja. Dá-nos uma fé contagiosa que nos oriente para uma fase nova de cristianismo, mais fiel ao Teu Espírito e à Tua trajectória.

Senhor, aumenta a nossa fé. Faz-nos viver identificados com o teu projecto de reino de Deus, colaborando com realismo e convicção em fazer a vida mais humana, como quer o Pai. Ajuda-nos a viver humildemente a nossa fé com paixão por Deus e compaixão pelo ser humano.

Senhor, aumenta a nossa fé. Ensina-nos a viver convertendo-nos a uma vida mais evangélica, sem nos resignarmos a um cristianismo rebaixado onde o sal se vai tornando insonso e onde a Igreja vai perdendo estranhamente a sua qualidade de fermento. Desperta entre nós a fé das testemunhas e dos profetas.

Senhor, aumenta a nossa fé. Não nos deixes cair num cristianismo sem cruz. Ensina-nos a descobrir que a fé não consiste em acreditar no Deus que nos convém mas naquele que fortalece a nossa responsabilidade e desenvolve a nossa capacidade de amar. Ensina-nos a seguir-te tomando a nossa cruz cada dia.

Senhor, aumenta a nossa fé. Que te experimentemos ressuscitado no meio de nós renovando as nossas vidas e alentando as nossas comunidades.

J. A. Pagola

 

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