Caminhando através do Advento (6): Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria

Hoje o nosso encontro de oração do Angelus adquire uma luz especial, no contexto da solenidade da Imaculada Conceição de Maria. Na Liturgia desta festa é proclamado o Evangelho da Anunciação (Lc 1, 26-38), que contém precisamente o diálogo entre o anjo Gabriel e a Virgem. «Alegra-te, ó cheia de graça: o Senhor está contigo» — diz o mensageiro de Deus, e deste modo revela a identidade mais profunda de Maria, o «nome», por assim dizer, com que o próprio Deus a conhece: «cheia de graça». Esta expressão, que nos é tão familiar desde a infância porque a pronunciamos todas as vezes que recitamos a «Ave-Maria», oferece-nos a explicação do mistério que hoje celebramos. De facto, Maria, desde o momento em que foi concebida pelos seus pais, foi objecto de uma singular predilecção da parte de Deus, o qual, no seu desígnio eterno, a escolheu para ser a mãe do seu Filho feito homem e, por conseguinte, a preservou do pecado original. Por isso o Anjo dirige-se a ela com este nome, que literalmente significa: «desde o início cheia do amor de Deus», da sua graça (Bento XVI, Angelus, 8 de Dezembro, 2010).

Olhando para ela, nós reconhecemos a altura e a beleza do projecto de Deus para cada homem: tornar-se santos e imaculados no amor (cf. Ef 1, 4), à imagem do nosso Criador (Bento XVI, Angelus, 8 de Dezembro, 2007).

Oração

Senhor nosso Deus, que, pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, preparastes para o vosso Filho uma digna morada e, em atenção aos méritos futuros da morte de Cristo, a preservastes de toda a mancha, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de chegarmos purificados junto de Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Apresentação do nº 78 da revista “Família Carmelita”

Acaba de sair mais um número da revista “Família Carmelita”, o nº 78. Há uns meses atrás realizou-se o Capítulo da Ordem do Carmo em Portugal do qual surgiu uma nova equipa eleita que irá governar esta porção do Carmelo durante o triénio 2017-2020. Um novo programa já está na posse das comunidades e de cada religioso e já foram constituídas as equipas que irão trabalhar na concretização do programa nos sectores que lhes estão atribuídos. Neste triénio uma nova equipa terá a seu cargo a revista da Ordem do Carmo em Portugal.

Quanto ao nº 78 da “Família Carmelita” aproveitamos o que na “Nota de abertura” é dito para fazer a apresentação, tomando as palavras do novo Director, Fr. Pedro Monteiro, O. Carm. “Neste número da “Família Carmelita”, apresentam-se as prioridades para o triénio 2017-2020 que saíram do Capítulo Comissarial e que toda a Família Carmelita deve ter conhecimento, pois são prioridades para todos nós. Depois podem encontrar alguns artigos de formação sobre São Nuno de Santa Maria, um santo para os nossos dias, sobre o Profeta Elias, como um ícone do caminho que nós queremos seguir, sobre o Beato Carlos Foucauld, o irmão universal. Uma reflexão sobre os Consagrados e também reflexões sobre Santa Teresa de Ávila e informações sobre os Congressos que se realizaram nestes últimos meses, da Sociedade Portuguesa de Geografia sobre a Ordem do Carmo, o Congresso Internacional Mariano e também sobre o Encontro da Família Carmelita da Região Ibérica.

Esta revista pretende ser uma ajuda a toda a Família Carmelita para rezar, para meditar, para saborear, para aprofundar o que é ser carmelita, qual a nossa espiritualidade, os exemplos e modelos que nos ajudam no nosso caminho como carmelitas, uma bússola para nos ajudar a meditar dia e noite na lei do Senhor, como diz a nossa Regra”.

Desejamos que “Família Carmelita” tenha bom acolhimento e que cada um dos nossos amigos leitores seja um divulgador desta publicação, que é como que um Abraço que queremos estender a um maior número de pessoas.

Fr. Manuel Castro, O. Carm.

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Caminhando através do Advento (5): Ele virá

Para impedir que os discípulos O interrogassem sobre o momento da sua vinda, Cristo disse: Essa hora ninguém a conhece, nem os Anjos nem o Filho. Não vos compete saber os tempos e os momentos. Quis-nos ocultar-nos isto, para que permaneçamos vigilantes e para que cada um de nós possa pensar que este acontecimento se dará durante a nossa vida. Se tivesse sido revelado o tempo da sua vinda, esta tornar-se-ia um acontecimento sem interesse e sem esperança para muitos séculos e nações. Disse muito claramente que virá, mas sem precisar o momento; e assim todas as gerações e todos os séculos O esperam ardentemente.

Santo Efrém

Oração

Despertai, Senhor, o vosso poder e vinde socorrer-nos: apressai misericordiosamente e propício a salvação que os nossos pecados retardam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Caminhando através do Advento (4): a tríplice vinda do Senhor

Conhecemos uma tríplice vinda do Senhor. Entre a primeira e a última, há uma vinda intermédia… Na primeira, o Senhor veio revestido da nossa fraqueza humana; na intermédia, vem espiritualmente, manifestando o poder da sua graça; na última, virá com todo o esplendor da sua glória… A vinda intermédia é, portanto, como que uma estrada que nos leva da primeira à última: na primeira, Cristo foi a nossa redenção; na última, aparecerá como a nossa vida; na intermédia, é nosso descanso e consolação.

São Bernardo

Oração

Preparai, Senhor, os nossos corações com o poder da vossa graça, para que, na vinda de Cristo vosso Filho, mereçamos entrar no banquete da vida eterna e receber d’Ele mesmo o alimento do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Caminhando através do Advento (3): fez-se pobre para me enriquecer com a sua pobreza

Aquele que enriquece os outros fez-Se pobre. Aceita a pobreza da minha condição humana, para que eu possa receber as riquezas da sua divindade. Aquele que possui tudo em plenitude, aniquila-Se a Si mesmo; priva-Se por algum tempo da sua glória, para que eu possa participar da sua plenitude…

O bom Pastor veio ao encontro da ovelha perdida, procurou-a pelos montes e colinas onde tu sacrificavas aos ídolos; e quando encontrou a ovelha perdida, tomou-a sobre os seus ombros – os mesmos ombros que carregaram com a cruz – e reconduziu-a à vida eterna.

São Gregório de Nazianzo

Oração

Ouvi, Senhor, benignamente as nossas súplicas e vinde em nosso auxílio nas lutas e dificuldades da vida, para que, reconfortados pela presença do vosso Filho, sejamos livres da antiga escravidão do pecado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Caminhando através do Advento (2): o tempo do Advento

Eis chegado, irmãos caríssimos, o tempo tão celebrado e solene, o tempo favorável, como diz o Espírito Santo, os dias da salvação, da paz e da reconciliação… (O Pai eterno) enviou-nos seu Filho Unigénito, pelo imenso amor que tem aos homens, pecadores, para nos livrar da tirania e do império do demónio, convidar-nos para o Céu, revelar-nos os mistérios do seu reino celeste, mostrar-nos a luz da verdade, ensinar-nos o caminho da perfeição, comunicar-nos o gérmen das virtudes, enriquecer-nos com os tesouros da sua graça e, enfim, adoptar-nos como filhos seus e herdeiros da vida eterna.

Ao celebrar todos os anos este mistério, a Igreja convida-nos a renovar perpetuamente a memória do amor infinito que Deus mostrou para connosco; e ao mesmo tempo nos ensina que o advento de Cristo não foi apenas para os seus contemporâneos, mas que a sua eficácia nos é comunicada a todos nós, se quisermos receber, mediante a fé e os sacramentos, a graça que nos mereceu, e orientar de acordo com ela os costumes da nossa vida segundo os seus mandamentos.

São Carlos Borromeu

Oração

Senhor nosso Deus, fazei-nos esperar ansiosamente a vinda do vosso Filho, para que, quando Ele bater à nossa porta, nos encontre vigilantes na oração e alegres no seu louvor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Caminhando através do Advento (1): os dois Adventos de Cristo

Anunciamos o advento de Cristo. Não, porém, um só, mas também o segundo, muito mais glorioso que o primeiro. Aquele revestiu um aspecto de sofrimento, este trará consigo o diadema do reino divino…

Naquele tempo veio para cumprir o desígnio de amor misericordioso, ensinando e persuadindo os homens com suavidade; no fim dos tempos, queiram ou não, todos se hão-de submeter ao seu reinado… 

Virá, portanto, do alto dos Céus, Nosso Senhor Jesus Cristo. Virá no fim deste mundo, em sua glória, no último dia. Será então o fim deste mundo criado e o início de um mundo novo.

São Cirilo de Jerusalém

Oração

Despertai, Senhor, nos vossos fiéis a vontade firme de se prepararem, pela prática das boas obras, para ir ao encontro de Cristo, de modo que, chamados um dia à sua direita, mereçam alcançar o reino dos Céus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

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1º Domingo do Advento – Ano B

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 13, 33-37)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!”

Reflexão

Com a celebração do 1º Domingo do Advento, a Igreja inicia um novo Ano Litúrgico, durante o qual celebramos os principais acontecimentos da vida, morte e ressurreição de Jesus. O Advento é um tempo não tanto de penitência, mas de expectativa e preparação para a vinda do Senhor no Natal. Há três personagens muito importantes na liturgia do Advento: o profeta Isaías, São João Baptista e Maria de Nazaré, a Mãe do Senhor.

Um tema constante no Advento é o da vigilância: “O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!”. Obviamente, não se fala no sentido de vigiar os outros mas, da vigilância evangélica, ou seja, assumir uma atitude constante de compromisso com o seguimento de Jesus. É preciso vigiar para que façamos sempre, hoje e aqui, o que Jesus faria se estivesse no meio de nós.

O convite à vigilância não é somente pessoal, mas também comunitário. Com o decorrer dos anos, é possível que tanto os indivíduos como as instituições eclesiais (e outras) caiam no comodismo, perdendo de vista a finalidade última do seu agir e existência, o Reino de Deus, contentando-se com o faz de conta das exterioridades sem conteúdo interpelante e mobilizador. O texto de hoje convida-nos a fazer do discernimento um modo de viver.

Daqui a quatro semanas, celebrar-se-á o Natal. A qualidade do nosso Natal dependerá em grande parte da qualidade do nosso Advento. Se fizermos deste tempo um verdadeiro momento de discernimento, avaliação, vigilância e renovação, então teremos realmente um Natal, um renascimento de Jesus na nossa vida. Caso contrário, somente teremos uma festa no dia 25 de Dezembro, que logo acabará e passará sem deixar marcas, a não ser, talvez, dívidas a pagar ou ressacas! Atendamos ao convite de Jesus: “O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!”.

“Por isso, o Advento é por excelência o tempo da esperança, no qual os crentes em Cristo são convidados a permanecer em expectativa vigilante e laboriosa, alimentada pela oração e pelo compromisso efectivo do amor. Que o aproximar-se do Natal de Cristo encha os corações de todos os cristãos de alegria, de serenidade e de paz!” (Bento XVI).

Palavra para o caminho

Se estivermos vigilantes abriremos novos caminhos já no presente em direcção ao futuro. Isto é a esperança. A Igreja não pode esquecer hoje “a responsabilidade da esperança”, pois essa é a missão que recebeu de Cristo, esperança que se fundamenta em Cristo ressuscitado. “Velai, vigiai”.

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A coroa do Advento

A coroa do Advento é uma coroa feita de ramos verdes na qual são colocadas 4 velas, geralmente 3 roxas e uma côr rosa. Pode ser feita nas nossas casas e também nas nossas igrejas. A coroa do Advento é o primeiro anúncio do Natal. Deve estar preparada a tempo de se acender a primeira vela no 1º Domingo do Advento.

Os elementos que compõem a coroa podem variar. Geralmente é composta por uma coroa circular, feita de ramos ou folhagem verde, quatro velas e algum enfeite, nomeadamente, maçãs vermelhas, bolas e uma fita vermelha.

A coroa circular: o círculo não tem começo nem fim e lembra a unidade e eternidade do Senhor Jesus Cristo, que é o mesmo ontem, hoje e sempre. É sinal do amor de Deus, que é eterno, sem princípio nem fim. Também é um convite para que o nosso amor a Deus e ao próximo nunca acabe.

Folhagem verde: os ramos verdes podem ser ramos de pinheiro, arcipestre, etc. Representam Jesus eternamente vivo e presente entre nós. Verde é a cor da esperança e da vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final da nossa vida terrena. O desejo mais importante deve ser querer chegar a uma união mais forte com Deus, nosso Pai, assim como acontece entre a árvore e os seus ramos.

Enfeites: podem ser maças vermelhas, bolas e uma fita vermelha. As maçãs representam as frutas do jardim do Éden, com Adão e Eva. Falam, pois, do pecado e da expulsão do Paraíso, bem como do anseio permanente do ser humano de voltar a ele. A fita vermelha significa o amor de Deus que nos envolve e também a nossa resposta de amor ao Senhor. As bolas simbolizam os frutos do Espírito Santo que brotam no coração de cada cristão.

As quatro velas: representam os 4 Domingos que compõem este tempo de vigilante espera. Fazem-nos pensar na escuridão provocada pelo pecado que cega o homem e afasta de Deus. Assim, com cada vela que acendemos, a humanidade fica iluminada e continua a iluminar com a chegada de Jesus Cristo ao nosso mundo. Há outras interpretações que evidenciam a riqueza simbólica da coroa do Advento.

Tradicionalmente as velas da Coroa de Advento são três roxas e uma de côr rosa. Esta é acendida no terceiro Domingo do Advento. Este dia é conhecido também como Domingo Gaudete, ou da Alegria, devido à primeira palavra do Prefácio da Missa: Gaudete (regozijem-se, alegrem-se).

Qual a razão de se acender uma vela da coroa em cada Domingo do Advento? Como expressão de espera alegre, cada semana realiza-se o rito de acender as velas da coroa, uma em cada Domingo do Advento, até que todas fiquem acesas no final. O acendimento progressivo das velas faz-nos tomar consciência da passagem do tempo e a espera da última e definitiva vinda do Senhor.

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Frases sobre o Advento

– O Advento mantém viva a expectativa de Cristo, que nos virá visitar com a sua salvação, realizando plenamente o seu Reino de justiça e de paz (São João Paulo II).

– A recordação anual do nascimento do Messias em Belém renova no coração dos crentes a certeza de que Deus é fiel às suas promessas (São João Paulo II).

– O mistério do Natal, que daqui a poucos dias reviveremos, garante-nos que Deus é o Emanuel, Deus connosco. Por isso nunca nos devemos sentir sozinhos (São João Paulo II).

– Ao celebrar cada ano a liturgia do Advento, a Igreja actualiza esta espera do Messias: comungando com a longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo da sua Segunda Vinda (Catecismo da Igreja Católica § 524).

– No Advento a liturgia repete-nos com frequência e garante-nos, quase que a vencer a nossa natural desconfiança, que Deus “vem”: vem para estar connosco, em qualquer situação; vem para habitar no meio de nós, para viver connosco e em nós; vem preencher as distâncias que nos dividem e nos separam; vem para nos reconciliar com Ele e entre nós. Vem à história da humanidade, bater à porta de cada homem e mulher de boa vontade, para dar aos indivíduos, às famílias e aos povos o dom da fraternidade, da concórdia e da paz. Por isso, o Advento é por excelência o tempo da esperança, no qual os crentes em Cristo são convidados a permanecer em expectativa vigilante e laboriosa, alimentada pela oração e pelo compromisso efectivo do amor (Bento XVI).

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